terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Falta de respeito é pouco...

Ontem decorreu mais uma Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Sto. Onofre e Serra do Bouro que tinha como pontos essenciais de discussão e votação o Regimento da assembleia, o Orçamento para 2014 e as Grandes Opções do Plano (GOP). Ingredientes que permitiram cozinhar uma boa discussão, infelizmente com finais menos respeitosos por parte de alguns membros da Assembleia de Freguesia mas já lá iremos...
 
Um Presidente de Junta que se candidata em nome de uma "NOVA DINÂMICA"
 
Não existe "Nova Dinâmica" na União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro. O Presidente Abílio Camacho e o seu executivo apresentam um orçamento para 2014 que não trouxe nada de novo. Mais do mesmo que nem a união administrativa de duas freguesias poderia alterar. Num discurso tipicamente português do "fado" e da inevitabilidade do futuro, da falta de dinheiro e dos cortes sucessivos, foi o possível e o máximo que se conseguiu, onde uma grande fatia do mesmo é directamente afecto às despesas da Junta de Freguesia. É um facto, mas também reconheço a falta de iniciativas ou melhor a falta de abertura a iniciativas que podem contribuir para minimizar as despesas e conquistar receitas.
Carlos Fernandes do MVC, considera mesmo que para além de se poderem rever contratos de eletricidade, telefone, telemóveis, internet, seguros, entre outros, renegociando-os com condições mais vantajosas, podem-se criar novas formas de conseguir receitas para encaminhar para uma vertente social que todo o orçamento para 2014 ignora. A criação de uma loja social, ou prestação de serviços a preços mais vantajosos são algumas ideias que já existem em prática noutras juntas de freguesia do país e que permitem adquirir receitas. Contudo o Sr. Presidente rapidamente diz logo que não é possível, a junta de freguesia não pode.
Como todos nós sabemos, os "bairros para lá da ponte" sempre foram os parentes pobres de uma cidade que deveria ser um todo, mas onde uma linha de caminhos de ferro rasga longitudinalmente ao centro, esta cidade, a todos os níveis e ao longo dos anos Nossa Sra. do Pópulo sempre se soube afirmar. Mas se por um lado Nossa Sra. do Pópulo tem ganho e a Câmara Municipal compactuado com isso, também não será por culpa de anteriores executivos de Santo Onofre, agora numa união administrativa com Serra do Bouro, as baixas verbas, a falta de atenção para com a freguesia, o continuar a ser uma freguesia de segunda? Continuarmos a desculpar com o destino, sempre fatalista, numa perspectiva do "é o que se arranja", leva-me a não acreditar em publicidades enganosas de "Novas Dinâmicas".
Por outro lado, a discussão, a confrontação, a apresentação de ideias, o simples questionar, é algo com que o Presidente Abílio Camacho não lida muito bem. Os esclarecimentos (poucos) prestados demonstram um executivo habituado às maiorias, mas se alguma coisa mudou e onde se pode afirmar que existe uma nova dinâmica tendo em conta o verdadeiro significado da palavra, foi na mesa da Assembleia que representada pelo PS, MVC e CDU, implica uma nova forma de "ser" e "estar", que claro não é muito bem acolhida pelo PSD e pelo executivo. Achei surreal que o Presidente não tivesse informações a dar quando foi o espaço para tal. Não me estranha que tenha essa atitude, mas há uma coisa que se chama transparência e essa não devemos abdicar. Para amenizar um pouco o discurso:
 
 
 
Um Orçamento, mais um...
 
Como disse anteriormente, o orçamento apresentado não acrescenta nada de novo na sua essência ao de anos anteriores. Tal ideia é corroborada também pelo PS na voz do Presidente da Assembleia, Alberto Gonçalves, o orçamento ignora completamente a vertente social, numa altura em que como todos nós sabemos, as populações passam momentos difíceis. Deveria ter sido dada mais visibilidade a estas questões e terem sido criadas respostas para minimizar os efeitos da crise. Realça ainda que certamente todas as forças políticas fariam o orçamento como sendo o melhor para a população, contudo existem ideias diferentes e o PS apostaria nas questões sociais, neste orçamento.
Também para o MVC, este orçamento reflete uma total ausência de novas ideias, sendo demonstrativo das políticas seguidas até hoje, para além de considerar o mesmo pouco transparente nalguns itens e que aliás, durante a discussão, pôde-se constatar esse facto, nomeadamente nos artigos relacionados com o quadro de pessoal e no que se veio a revelar o grande tema da noite: a psicóloga que presta serviços no edifício da Junta de Freguesia.
Sr. Marques eleito pelo PSD, refere que o orçamento é transparente, foi feito com esforço e é elucidativo, revelando que com pouco faz-se muito. Resumindo: foi o que se arranjou... um conformismo que até faz doer os ouvidos a quem escuta!
Orçamento aprovado com os votos a favor (7) da CDU, do PSD e CDS, um voto contra do MVC e a abstenção (5) do PS. Temos orçamento!
 
Psicologia, a quanto obrigas!
 
Isilda da CDU, questionou a razão da psicóloga que está por avença (soube-se mais tarde) a prestar serviço de psicologia à população mais carenciada, em especial a jovens sinalizados pela CPCJ, não figurar no mapa de pessoal. Que questão colocada! Foi tema em todos os pontos da assembleia...
Muito resumidamente a psicóloga recebe uma avença de 350 euros mensais por prestar os serviços de psicologia na Junta de Freguesia, contudo para além de o fazer a jovens sinalizados pela CPCJ e carenciados, também presta serviço a outros fregueses que necessitem com um custo de 5 euros, cobrados pela mesma e que segundo o Sr. Presidente a própria passa recibo dessa consulta. Na minha modesta opinião, se a psicóloga está ao serviço da Junta de Freguesia, e recebe uma avença por isso não deveria ser cobrado mais nada aos fregueses. Tal ideia foi defendida por Alberto Gonçalves do PS que não concorda também com este vencimento extra. Também o período de funcionamento das consultas em horário não compatível com o de funcionamento dos serviços administrativos e as questões de segurança foram enumerados como factores a rever.
De lamentar a posição do Sr. Presidente da Junta que assim que questionado, começa por referir que seria melhor acabar com este serviço, para não levantar problemas nem mais questões, quando apenas foi questionado, por uma questão de transparência, como funcionava este serviço. Tal atitude mais uma vez só demonstra a pouca abertura do executivo e a impossibilidade de pedir esclarecimentos ao Sr. Presidente da Junta.
 
GOP sem opções!
 
Claramente inexistentes. Se não existem opções, como poderemos chamar grandes? Pois o documento tem esse nome, convivamos com isso mas sem opções.
Sr. Marques do PSD deixa mesmo a pergunta no ar: com 83.5% do orçamento canalizado para despesa directa, como seria possível ter grandes opções? Responderia pouca dinâmica... Existem sempre formas de contornar as questões se houver abertura para novas ideias, novas formas de criar receita. Mas não vale a pena, porque a abertura por parte do executivo não existe e como tal, Santo Onofre e Serra do Bouro continuem a ser os parentes pobres da cidade das Caldas, são destinos que alguns teimam em não mudar.
A votação das GOP criaram um empate que não ficou esclarecido. O PS e o MVC votaram contra com 6 votos, a CDU absteve-se com um voto e o PSD e o CDS votaram favoravelmente com 6 votos.
 
Regimento da assembleia adiado
 
O espanto surgiu do Sr. Marques (PSD), indignado por não ter os membros eleitos pelo PSD não terem sido chamados a participar da construção do Regimento para a nova assembleia de freguesia. Concordo que existiu aqui uma lacuna. Na minha opinião todas as forças políticas devem participar na construção do documento.
Alberto Gonçalves, presidente da assembleia refere ter cumprindo o que foi dito inicialmente, de apresentar uma proposta de documento e não um documento fechado e que a discussão durante a assembleia permitira colmatar essa lacuna, contudo e por o PSD querer apresentar algumas alterações aos artigos, o que implicaria rever ponto a ponto, o mesmo ficou para votação na próxima assembleia, depois de se realizar uma reunião, mais informal para se chegar a um documento que seja consensual. 
 
Uma abertura desejada, incomodativa para alguns...
 
O meu ponto de revolta! Desde o dia da tomada de posse desta nova assembleia, que os sinais foram claros, de abertura e participação dos cidadãos. Está-se a estudar inclusive o alargamento do tempo de participação dos cidadãos de 30 minutos para uma hora, no novo regimento. A descentralização das sessões para a Serra do Bouro ou para espaços de associações que permitam uma maior aproximação aos fregueses foi ponto assente desde o início. É ponto assente na mesa da assembleia de freguesia constituída pelo PS, MVC e CDU que a participação dos cidadãos é fundamental para uma governação de proximidade, ainda mais com a presença do MVC que durante toda a campanha eleitoral anunciou e enalteceu o poder dos cidadãos na definição das politicas locais.
Embora a presença dos cidadãos nunca seja grande nas assembleias de freguesia, tal como nas assembleias municipais, o que eu lamento profundamente, a participação dos mesmos é algo quase impensável em Santo Onofre e Serra do Bouro. Não por vontade da mesa da assembleia que tem apelado incansavelmente à participação, mas por vontade de alguns membros do PSD, nomeadamente o Sr. Marques que por ainda não ter conseguido interiorizar que já não é o presidente da assembleia de freguesia, continua a "intrometer-se" e a condicionar o funcionamento da actual mesa da assembleia.
Numa falta de respeito para com a mesa da assembleia, para com os membros da mesma e os cidadãos presentes, abandonou a sala, juntamente com mais duas eleitas pelo PSD, depois de ter dito que o presidente da mesa, Alberto Gonçalves, tinha de pôr ordem na sessão e que o que estava a assistir não podia ser. Esta atitude foi precipitada porque no momento destinado aos cidadãos para questionarem o executivo sobre alguns problemas da freguesia, um cidadão questionou o Sr. Presidente Abilio Camacho sobre o estado da iluminação no Largo da Ponte, onde segundo o cidadão, está sem iluminação há 3 meses. O Sr. Presidente Abilio Camacho respondeu, formando-se um diálogo entre os dois e quando este terminou interviu o 1º secretário do MVC, Carlos Fernandes a questionar o cidadão. Estes diálogos formados, pelo que parecem não podem existir, pelo menos para o Sr. Marques, que revoltado abandonou a sala. Que falta de respeito Sr. Marques!
As regras são explícitas e os cidadãos não podem pronunciar-se, manifestar-se ou bater palmas durante a assembleia. No espaço destinado às intervenções do público, podem apresentar as suas questões e o facto de se estabelecer um diálogo (desde que não seja ofensivo para ninguém) parece-me a mim mais produtivo na medida em que se esclarecem as questões devidamente. Pelos vistos não agrada ao Sr. Marques. O ideal ao que parece seria o cidadão falar e calar-se para sempre, mesmo que tenha se esquecido de referir algum facto importante para o tema apresentado. E quanto menos falar ou até estiver presente melhor. Perspectivas e formalismos de quem foi presidente da assembleia e não consegue desligar-se do passado.
Depois o facto de Carlos Fernandes não ter pedido a palavra ao presidente da assembleia, o que constituiu uma afronta para o Sr. Marques mas se bem me lembro o Sr. Marques interviu muitas vezes sem pedir a palavra e não foi mandado calar por isso. Partindo do respeito por todos, parece-me sensato que assim seja, abertura para todos trocarem ideias e serem mais produtivas as assembleias. Por isso dou os meus parabéns ao Presidente da Assembleia Alberto que de uma forma sensata e democrática tem conduzido as sessões, promovendo a abertura e o diálogo, embora esta nova forma adoptada pela mesa seja incomodativa para alguns membros do PSD.
Se se quer a participação dos cidadãos nas assembleias, não é com tantos condicionamentos que se consegue a participação. Mas como sabemos a participação pode ser incomodativa e este executivo e alguns membros da assembleia não sabem lidar com opiniões que são divergentes, novas ideias, criticas, esclarecimentos. Se bem me lembro, foram eleitos para representar e atender aos interesses e necessidades dos fregueses. O que se assistiu ontem, com o abandono do Sr. Marques da assembleia, foi uma total falta de respeito, mas foram estas pessoas que os caldenses votaram para as representar. Pena que não vão ver com os próprios olhos!
 

domingo, 29 de dezembro de 2013

Um 2014 participativo!

Quase a chegar ao fim e parece que nunca mais... nunca mais não por achar que este ano fosse péssimo e o que vem será melhor, nada disso! Simplesmente porque parece estar tudo parado, numa letargia (como adoro esta palavra), tudo suspenso para as festas. Ainda somos um país que paralisa para comemorar o Natal e o Ano Novo. Luxos que nem as crises e austeridades apagam!
Mas não vou entrar em projeções de como será o próximo ano. Tanta gente que tenta adivinhar o futuro, mas como já o meu avô dizia, "cada um diz aquilo que quer e eu fico naquilo que me parece".
Mas desejo que passe esta época para entrar no novo ano com o pé que calhar, que não sou dado a superstições. Se em 2013 aperfeiçoei o gosto que tinha pela intervenção cívica e pela cidadania participativa, em 2014 espero multiplicar e afirmar o que considero ser a única forma de construir uma cidade, um concelho, uma região, um país melhor. Só o poder dos cidadãos pode contribuir para uma mudança de paradigma e eu não ouso esquecer e muito menos abdicar.
Mas para além de desejar todas as coisas boas e naturais desta época, desejo que 2014 seja um ano de cidadania participativa e que todas as cidadãs e todos os cidadãos desempenhem o seu papel, pois se temos direitos, os deveres são proporcionais e só com a participação de todos podemos contribuir para uma cidade e um concelho melhor.
Através deste blog, através do Facebook, nas Assembleias de Freguesia e Assembleias Municipais, meios de comunicação social locais, vou fazendo o meu papel de cidadão e desafio todos a seguirem este exemplo, porque só assim temos uma voz activa naquilo que queremos para todos!
Por isso que venha 2014 com muitas saudações participativas! Porque nada será como antes...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Reflexões Natalícias...

O Natal chegou, mas não devia! Deveria antes sim, ser um estado diário, uma forma de estar e de ser, de fazer, de sentir, de tudo, durante todos os dias... Mas não é... para a maioria é um antagonismo entre o receber uma prenda e o ter mais uma despesa, o lado materialista e que envenena o verdadeiro Natal e sua simbologia.
Natal é o nome da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, a figura central do Cristianismo. O dia de Natal, 25 de dezembro, foi estipulado pela Igreja Católica no ano de 350 através do Papa Julio I, sendo mais tarde oficializado como feriado. A Bíblia não diz nada sobre o dia exato em que Jesus nasceu e por isso a comemoração do Natal não fazia parte das tradições cristãs no início. O Natal começou a ser celebrado para substituir a festa pagã da Saturnália, que por tradição acontecia entre 17 e 25 de dezembro. A comemoração do Natal em substituição da Saturnália foi uma tentativa de facilitar a aceitação do cristianismo entre os pagãos.
Inspirado na figura de São Nicolau, um bispo do século III, o Pai Natal é responsável por trazer os presentes das crianças no Natal, segundo a tradição. E esta figura, hoje, para muitos é o verdadeiro Natal e não propriamente o nascimento de Jesus Cristo. E a ele associado vem o consumismo desfreado em detrimento do nascimento de Jesus Cristo e toda a sua simbologia... Mas também não podemos querer que todos sejam cristãos e aceitem este propósito, contudo, mais que a troca de prendas, deve estar implícito neste conceito a solidariedade, a interajuda, a paz, o amor, a partilha, o perdão, a amizade... e não só neste momento específico do ano, mas ao longo de todos os dias da nossa vida e por isso inicio este texto, defendendo o Natal como uma premissa para um estado diário de vida!
Mas façamos mais algumas reflexões:
  • Saímos à rua e somos "bombardeados" com peditórios e mais peditórios, rifas e cabazes... perdoem-me mas em 365 dias do ano tudo se concentra neste mês porquê? O facto da época tornar-nos mais solidários, não me parece que as necessidades e a ajuda só seja importante nesta época...
  • A "caridadezinha" enjoa-me... fica bem e socialmente até poderia dizer que é "chique" mostrar que se ajuda, mas convínhamos, quem ajuda o faz porque sente-se bem com isso e não para se autopromover... e o que assistimos diariamente nesta época é mais uma vez ajudar os "pobrezinhos" porque é Natal e fica bem, mas sinceramente pobres são os de espírito e para esses não há ajuda possível...
  • Vivemos uma crise profunda, como todos sabemos, mas o país pára por estes dias... que bom governo temos que concede tolerância de ponto no dia 24 e na tarde de 31! Não consigo compreender sinceramente... Curiosamente fala-se tão mal do governo mas pronto, é Natal, haja paz...
  • Nunca tivemos uma cidade das Caldas tão bonita em iluminação! Pelo menos que eu me lembre, este ano luz é o que não falta! Ouvi alguém dizer por aí: "se este presidente continuar assim vai no bom caminho"... O quê? Dr. Tinta, dê luzinhas de Natal ao povo que é com isso que se vive bem e prosperamos! Ah povo que lavas no rio, que talhas com teu machado as tábuas do teu caixão, já dizia Amália... Não estou contra as iluminações de Natal, mas preferia que o Comércio Local, tão desejado e publicitado, respondesse da mesma forma com a abertura das lojas até às 23 horas por exemplo, para as pessoas saírem às ruas, usufruírem das iluminações, fazerem as suas compras e desenvolverem a economia local. Que se apostasse mais na animação de rua. Mas não, o comércio local fecha às 19 horas, as luzes acesas e na rua ninguém! Nestas circunstâncias confirmo que nos centros comerciais é bem mais agradável de estar e passear! Mas é o que temos, uma cidade bonita e iluminada, mas só isso... o seu propósito fica na gaveta!
  • O consumismo desfreado, as prendas obrigatórias, importante fase para o comércio que tem atravessado quebras do consumo ultimamente, nada contra... mas e o desperdício associado? Faz-me confusão simplesmente quando o verdadeiro significado do Natal é tão mais simples, barato e fácil de oferecer, basta querermos!
Mas sempre foi assim e assim vai continuar a ser! Mais que a crise económica, a crise de valores que atravessamos nunca deixaria discernir nada mais para além do que temos atualmente. Resta-me desejar um Santo e Feliz Natal para todos, com votos de que 2014 traga melhores notícias para toda a Humanidade. E lembrem-se sempre, Natal é todos os dias e não apenas dia 25...
 
 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Silêncio...

SILÊNCIO!
E não é para se ir cantar o fado! Antes fosse...
O silêncio, pelo menos para mim, mais sensível a estes problemas que se calhar a maioria dos caldenses, é o pior dos ruídos, neste momento.
 
Factos:
  • Temos um CHO, que para alguns só perdeu mesmo o N...
  • Despedimento de 30 enfermeiros + 10 enfermeiros que se vão reformar, mas o conselho de administração desvaloriza, porque afinal já não são precisos 60, por isso acalmem-se lá que só se despedem 30...
  • Os enfermeiros manifestam-se nas Caldas...
  • Os enfermeiros manifestam-se em Lisboa no Ministério da Saúde...
  • Os médicos da urgência "bateram os pés", porque senão as urgências funcionariam com menos médicos...
  • "Inaugurada" uma oftalmologia? Mas se eu for à urgência com um corpo estranho no olho, sou enviado para Santa Maria numa ambulância que regressa para as Caldas e quando estiver despachado vai outra ambulância fazer o retorno...
  • Outros e outros.... que nem eu sei...
  • Hospital Termal... foi de férias - semanas antes das eleições tinha-se de decidir sobre as águas termais... pressões do poder central! Neste momento ninguém sabe, ninguém quer saber (mentira! há quem saiba e muito bem, mas é melhor não saber que eles sabem o que se quer que se saiba...)
Grandes opções do Plano e Orçamento 2014:
  • Obras no Centro de Saúde;
  • Aquisição de terreno para nova USF;
  • Politica de Saúde? NADA, ZERO, NEGATIVO!
Presidente Tinta Ferreira:
  • Tem-se mantido informado e as informações oficiais é de que tudo está bem e está a ser feito conforme o que foi dito anteriormente, como tal está tudo bem...
Vereadora da Saúde:
  • Alguém a viu por aí?
  • Pela primeira vez que existe o pelouro da Saúde, é um pelouro fantasma? Só porque politicamente fica bem?
  • Porque não foi entregue este pelouro a um vereador "mais dinâmico" e que tenta resolver os problemas como o vereador Hugo Oliveira?
Comissão de Utentes:
  • Entre um ou outro comunicado e tomada de posição, Jaime Neto, lá vai fazendo o trabalho, mas acredito que realmente uma comissão funcionar nos "ombros" de uma pessoa apenas, é um trabalho pesado!
  • Nunca funcionou (a meu ver), nem na defesa do seu desígnio, nem no envolvimento dos caldenses. Estas coisas só funcionam quando se põe tudo na mesa... e nada foi posto. Antes pelo contrário, a mesa ficou sem pernas, para andar!
  • E embora um ou outro comunicado surja, não se fazem ouvir e o silêncio continua...
 
Tenho pena de viver numa cidade que não tem uma estratégia para a saúde, podendo e tendo obrigação de desenvolver uma política de saúde forte, assente na promoção da saúde (acho que nunca vou-me cansar de dizer promoção da saúde), as respostas de saúde que possui o concelho, vão-se esfumando para os lados de Torres Vedras e qualquer dia nem Leiria nos salva! E do executivo camarário, nem uma palavra de conforto para aqueles que em breve irão ver os seus postos de trabalho divididos por colegas que iniciam o turno sobrecarregados mas que ainda assim conseguem sorrir e reconfortar quem deles precisa...
SILÊNCIO...

Alegrias e desilusões...

Ontem decorreu mais uma Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Nossa Sra. do Pópulo, Coto e São Gregório, onde os temas centrais foram a aprovação das opções do Plano e Orçamento para 2014, documento fundamental para a governação da Junta. Por ser a minha freguesia, estar informado das políticas a serem desenvolvidas é para mim um ponto assente e lamento que mais cidadãos não se envolvam nestas questões e partilhem suas ideias e sugestões, exponham assuntos e problemas.
Alguns tópicos que considerei relevantes:
 
Uma Junta para as pessoas
 
Gostei muito da postura do Presidente Vitor Marques, na sua abertura aos fregueses e consequente aproximação, destes, priorizando as pessoas e ouvindo-as, deixando a porta aberta do seu gabinete para receber ideias, sugestões, críticas (construtivas), problemas e anseios. Para mim só faz sentido que assim seja. A cidadania participativa é e deverá ser sempre uma prioridade de quem nos governa!
 
4ª Corrida Pela Vida
 
Confesso que fiquei um pouco desiludido com o evento "Corrida Pela Vida", pois fiquei a saber que nem sempre os "lucros" obtidos para a causa social, nem sempre foram lucros, mas sim despesas, acabando por ser a Junta de Freguesia a ceder uma verba para apoiar a causa de solidariedade de cada ano. Esta informação foi conhecida, após o membro da assembleia eleito pelo MVC, Pedro Resendes, ter questionado se já se sabia qual a verba conseguida este ano para apoiar a Associação Humanitária dos Bombeiros das Caldas. Numa fase ainda de encerramento de contas relativas ao evento deste ano, o Presidente Vitor Marques afirma ainda desconhecer os valores, contudo espera chegar a eles muito em breve. Afirmou ainda que a despesa que tem constituído este evento está relacionado com os valores gastos na organização e que este ano houve uma maior contenção, nomeadamente ao nível dos prémios para os atletas que em anos anteriores rondou os 5000 euros e este ano ficou-se pelos 3000 euros. O facto do policiamento ter um custo de 1770 euros, indigna Vitor Marques, pelo custo exagerado. Depois existem outras despesas como a empresa que fez a cronometragem, as Tshirts oferecidas, entre outros, tudo pormenores que elevam os custos de realização da prova, desviando pouco "lucro" para ser efectivamente distribuído pela entidade apoiada. Esperemos que a 5ª Corrida Pela Vida seja desenvolvida de uma outra forma que permita efectivamente constituir-se a mesma como um evento de solidariedade, que pretende ser...
 
Feira da Fruta
 
Um membro da assembleia do PS, elucidou a restante assembleia para os danos que poderá trazer para o Parque D. Carlos I, o regresso da Feira da Fruta. Nunca "vivi" uma Feira da Fruta nas Caldas, mas o seu regresso é ansiado por muitos, não só pelo saudosismo que o evento ainda hoje encerra nos caldenses, mas também pelos aspectos económicos para a cidade e concelho. Certamente há maneiras de contornar os possíveis impactos que um evento assim poderá implicar no Parque, entre os quais o PS destacou, as poucas casas de banho no parque, podendo levar as pessoas a fazer as suas necessidades nos jardins (sinceramente acho este argumento um pouco retrógrado e fundamentalista em pleno século XXI), a afixação de cartazes nas árvores (parece-me facilmente ultrapassável com a proibição), a passagem de carros por dentro do Parque e as implicações que isso pode trazer (também de realiza a Feira de Velharias e nem por isso existe qualquer degradação, bastaria limitar as zonas passíveis de circulação e apenas cargas e descargas) e as "puxadas" de eletricidade...
Compreendo as preocupações e acredito que as mesmas devam ser tidas em conta, contudo e pelo que dizem os mais velhos, o Parque D. Carlos I dos outros tempos era vivo e cheio de alegria, eventos não faltavam e nem por isso hoje está destruído. Se está negligenciado tem que ver com o desprezo a que tem sido levado a cabo pelo Centro Hospitalar. Creio que com as medidas certas, poderá-se desenvolver inúmeras actividades no Parque e devolver aos caldenses as alegrias de outros tempos. Serão questões a serem tidas em conta certamente, mas hoje existem formas de reduzir os impactos ambientais e eu não quero de forma alguma, nem decerto os caldenses, um Parque único como o nosso, de costas voltadas para os caldenses, com a agravante que quiçá assim, sim estaremos a condená-lo à sua negligência.
 
Casas de Banho para cães/dispensadores de sacos de plástico
 
Fiquei contente por saber que os WC caninos vão ser erradicados da freguesia! Sem dúvida, nunca deveriam era ter sido criados. Uma areia sem manutenção, constitui-se num espaço de propagação de doenças. A aposta será nos dispensadores de sacos de plástico que hoje, apesar de existem alguns, ou foram vandalizados, ou sacos nem vê-los. Mas sem dúvida será uma solução, junto com uma aposta na sensibilização dos donos para apanharem os dejectos do seu cão! É apenas um gesto de cidadania que para muita gente causa "problemas de coluna", mas se todos nós contribuíssemos para uma cidade mais limpa, tudo seria mais fácil! Bastava cada um de nós fazer a sua parte!
 
Votações
  • Moção sobre o despedimento dos enfermeiros no CHO aprovado por unanimidade;
  • Mapa de Pessoal aprovado por unanimidade;
  • Voto de pesar pela morte de Dr. Mesquita Oliveira aprovado por unanimidade;
  • Uso campeão de propriedade em São Gregório aprovado por unanimidade;
  • O orçamento foi aprovado com a abstenção da CDU;
  • A adesão à ANAFRE por parte da Junta, tendo em conta os encargos associados foi aprovado com a abstenção do MVC e CDS, tendo Pedro Resendes do MVC questionado mesmo qual o custo benefício da Junta de Freguesia pertencer à ANAFRE, sendo que tal não é uma obrigatoriedade. Vitor Marques embora concorde que o apoio dado por esta poderia ser melhor, considera que ainda assim possa ser útil, pelo que propôs a sua votação na assembleia.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Deficientes, só os acessos!

 
No passado dia 3 de Dezembro, comemorou-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Esta data comemorativa promovida pelas Nações Unidas desde 1998, tem o objectivo de promover uma maior compreensão da deficiência, mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar das pessoas e aumentar a consciência pela integração das pessoas com deficiência na vida política, social, económica e cultural. A inclusão dos cidadãos com deficiência, vem defender o direito de todos os indivíduos a participarem, de uma forma consciente e responsável, na sociedade de que fazem parte, e de serem aceites e respeitados naquilo que os diferencia dos outros. Podemos afirmar que a inclusão é uma das preocupações das sociedades democráticas contemporâneas, garantindo a todos os cidadãos, quaisquer que sejam os critérios que os determinam, todos os benefícios que o desenvolvimento dessa sociedade é capaz de propiciar: acesso à educação, saúde, cultura e a um nível de vida digno, bem como à participação e construção desta. Mas para existir uma sociedade mais inclusiva, as acessibilidades numa cidade são importantes. Como todos nós sabemos, nem sempre assim é e os cidadãos com deficiência muitas vezes são condicionados de exercerem uma cidadania participativa e acederem a uma sociedade civil para todos. Muito mais difícil é o seu acesso a edifícios públicos, tantas vezes com rampas de acesso, mas depois sem casas de banho adaptadas no seu interior. Outras vezes com as mesmas rampas de acesso, mas sem rebaixamento dos passeios, junto às passadeiras, para permitir o acesso. Nas Caldas da Rainha temos um exemplo bem prático, que tem passado despercebido ao longo dos anos, para os menos atentos, mas certamente bem presente para quem se desloque numa cadeira de rodas. Tanto a Câmara Municipal, como o Tribunal, como a Igreja, têm rampas de acesso para o interior. Perfeito e exemplo de boa prática ao nível de acessibilidade, mas o que esquecemos é que para aceder a qualquer destas estruturas, não existe nenhum passeio rebaixado junto às passadeiras. Passeios esses que para além de uma altura excessiva nalguns casos, ainda têm uma valeta para escoamento de águas! Concluímos então que as estruturas que parecem acessíveis nada mais são do que três “ilhas” intransponíveis que só com a boa vontade alheia permitem um cidadão com deficiência ter igualdade de acesso. Eu próprio sentei-me numa cadeira de rodas e experienciei esta aventura! Deviam nossos autarcas, engenheiros e arquitectos experimentar tal sensação… certamente menos erros eram cometidos. Esperemos que as obras de regeneração urbana previstas para esta zona, à semelhança do que já ocorreu noutros pontos da cidade, tragam melhores acessibilidades para os cidadãos com deficiência. E que estas questões da inclusão e das acessibilidades sejam preocupações diárias e não apenas lembradas neste dia 3, porque os cidadãos com deficiência não são diminuídos pela sua condição, mas iguais em direitos e deveres!
 
Miguel Miguel
 
In Jornal das Caldas, 11 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Políticas de Saúde nas Caldas? CHUMBADO

Será que compreendem? Vou tentar explicar...

Lei n.º 48/90, de 24 de Agosto
Lei de Bases da Saúde 

(Com as alterações introduzidas pela Lei n.º 27/2002, de 8 de Novembro)
(...)

Base II
Política de saúde

1 - A política de saúde tem âmbito nacional e obedece às directrizes seguintes:
a) A promoção da saúde e a prevenção da doença fazem parte das prioridades no planeamento das actividades do Estado;
(...)
c) São tomadas medidas especiais relativamente a grupos sujeitos a maiores riscos, tais como as crianças, os adolescentes, as grávidas, os idosos, os deficientes, os toxicodependentes e os trabalhadores cuja profissão o justifique;
(...)
g) É promovida a participação dos indivíduos e da comunidade organizada na definição da política de saúde e planeamento e no controlo do funcionamento dos serviços;
h) É incentivada a educação das populações para a saúde, estimulando nos indivíduos e nos grupos sociais a modificação dos comportamentos nocivos à saúde pública ou individual;
i) É estimulada a formação e a investigação para a saúde, devendo procurar-se envolver os serviços, os profissionais e a comunidade.

2 - A política de saúde tem carácter evolutivo, adaptando-se permanentemente às condições da realidade nacional, às suas necessidades e aos seus recursos.
(...)
Base IX
Autarquias locais

Sem prejuízo de eventual transferência de competências, as autarquias locais participam na acção comum a favor da saúde colectiva e dos indivíduos, intervêm na definição das linhas de actuação em que estejam directamente interessadas e contribuem para a sua efectivação dentro das suas atribuições e responsabilidades.
 
 
Sei que é chato ler legislação, mas às vezes é preciso! Isto é o que recomenda a Lei de Bases da Saúde.... O Plano Nacional de Saúde 2012-2016 também refere, no seu eixo estratégico Cidadania em Saúde, que:
 

São recursos e instrumentos para o reforço da cidadania em saúde:

  • Representação e participação do cidadão e da comunidade em estruturas de governação.

  • Organizações de representação de interesses na saúde, como sejam associações de doentes ou de utentes.

  • Processos de definição da expectativa e satisfação do cidadão, como sejam estudos de satisfação, análise de reclamações, gabinetes institucionais (por exemplo, gabinete do utente), ou avaliações pela sociedade civil (por exemplo, observatórios).

  • Iniciativas de sensibilização e educação para a saúde, com sejam eventos, comemorações, dias específicos, ao nível institucional, local, municipal e nacional.

  •  Organização por associações locais, juntas de freguesia, câmaras municipais, organizações religiosas, etc., de grupos de apoio, assistência domiciliária ou prestação de cuidados a grupos específicos, envolvendo objetivos de literacia, capacitação e empowerment.

  • Aconselhamento e orientação, através de portais, linhas telefónicas, sites institucionais, ou outros.

  • Informação de saúde na área da promoção, prevenção, intervenção, tratamento ou reabilitação, dirigida ao público em geral.
 
Há mais, muito mais! Tantos documentos que assumem o dever de uma Câmara Municipal preparar e implementar Políticas de Saúde Locais, promovendo:
 


O reforço do poder e da responsabilidade do cidadão em contribuir para a melhoria da saúde individual e coletiva, reforça-se através da promoção de uma dinâmica contínua de desenvolvimento que integre a produção e partilha de informação e conhecimento (literacia em saúde), numa cultura de pro-atividade, compromisso e autocontrolo do cidadão (capacitação/participação ativa), para a máxima responsabilidade e autonomia individual e coletiva (empowerment).
Aos longos dos anos, nas Caldas da Rainha, a Saúde, nunca foi área de principal interesse dos executivos que se foram sucedendo. Exemplo claro desta afirmação, prende-se com o facto de o município não ter políticas de saúde activas que permitam agir e melhorar o estado de saúde da população. A Câmara Municipal enquanto garante principal dos interesses dos seus munícipes deve desenvolver políticas de saúde que permitam obter ganhos na saúde e qualidade de vida dos cidadãos.
O MVC – Movimento Independente apostou na implementação de um Plano Municipal de Saúde, como proposta para a saúde dos caldenses com o objetivo de aumentar a qualidade de vida dos seus cidadãos, ou não seria essa uma premissa da cidadania participativa, no seu programa eleitoral participativo. Numa altura em que o Sistema Nacional de Saúde dá sinais de dificuldade na resposta à doença e morbilidade, urge apostar em políticas de promoção da saúde, apostando na prevenção do problema e não no tratamento do mesmo.

 
Ontem, na Assembleia Municipal, apresentou-se e votou-se o Orçamento Municipal e as Grandes Opções do Plano para 2014 e o que é que este "novo" executivo tem para apresentar como proposta para a Saúde?
  • Beneficiação das instalações do Centro de Saúde de Caldas da Rainha;
  • Aquisição de Terrenos para uma suposta USF Santo Onofre???
  • Basicamente isto, o resto não faço a mínima o que é...

Isto é a visão da Saúde nas Caldas da Rainha!!!
 
O Presidente Tinta Ferreira, durante a apresentação do Orçamento para 2014, para mim foi pouco esclarecedor, embora a sua bancada afirmasse que tinha ficado tudo muito clarificado. Salientou os constrangimentos orçamentais do governo central para desculpar os números avançados, prioridades propostas, onde a Saúde, se foi falada alguma vez, foi diluída no desporto e bem estar. Termina a afirmar que esta é uma "nova forma de fazer política" (pouco dinâmica).
 
No debate entre os membros da Assembleia a "opção" Saúde foi parente pobre dos discursos, dos quais tirei alguns apontamentos quando as forças políticas mencionaram a palavra "Saúde":
 
  • CDU - Saudou a criação do Posto Médico-Veterinário - Importante sim e necessário, mas nunca uma estratégia para a Saúde (pelo menos a humana);
  • PS - Verba insuficiente para a saúde; as ideias dos cidadãos não foram tidas em conta; a saúde devia ser uma aposta no desenvolvimento regional - Sim claramente uma verba insuficiente sendo a Saúde uma das áreas que deve ser prioritária e certamente as ideias dos cidadãos são mudas para um executivo surdo que afirma não as ter recebido... podia ter se inspirado!
  • CDS - Afirma não ter havido propostas, sendo este orçamento uma cópia dos anteriores - para além de não ser nova, é pouca dinâmica aos olhos do CDS;
  • PSD (António Cipriano) - Este é um orçamento virado para as pessoas - Sim criando mais infraestruturas, em vez de potenciar as existentes e desenvolver políticas efectivas de apoio aos cidadãos que passam uma fase difícil em todos os aspectos;
  • PSD (Filomena Rodrigues) - Considera que é o orçamento de projectos estruturantes a pensar nos cidadãos, considerando como estruturante para a Saúde, as questões relacionadas com a captação das águas termais.... - visão limitada;
  • MVC - Dado que à partida o Orçamento estaria aprovado pela maioria, em vez de criticá-lo, optou por pedir esclarecimentos nalguns pontos que considerou "dúbios", fazendo uma apreciação global, considerando a área da Saúde com pouca expressão neste orçamento;
O orçamento e Grandes Opções do Plano para 2014, foram aprovados com 18 votos a favor, tendo toda a oposição votado contra!
Mais um ano em que a Saúde é a parente pobre, nem mesmo com direito a Pelouro neste "novo" executivo, nas mãos de Maria da Conceição, que nem mesmo face aos últimos constrangimentos vividos no "CHO", deu qualquer sinal de vida!
Fico irritado quando a Saúde, eixo vital do desenvolvimento a todos os níveis, é negligenciado por uma Câmara Municipal que prefere construir mais polidesportivos em vez de apostar na promoção da saúde. Sei que desporto também é saúde, mas o paradigma hoje é outro, pena que nem todos tenham capacidade de olhar através dele...
Tenho pena que uma cidade, detentora do primeiro Hospital Termal do mundo, onde a sua génese para além de outros aspectos prosperou em torno da Saúde, agora está tão doente!
 
 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Correr pela vida!

 
Confesso aqui que foi o primeiro ano em que participei! Nos anos anteriores, uma vez por estar a trabalhar, outras por não o ter feito a tempo.... mas desta fez não podia deixar de estar presente. E simplesmente adorei!
Este evento, organizado pela União de Freguesia de Nossa Sra. do Pópulo, Coto e São Gregório, este ano, na sua 4ª edição, reverteu para apoiar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caldas da Rainha.
 
Pontos fortes:
  • Excelente organização;
  • Excelente espírito desportivo;
  • Excelente percurso;
  • Excelente evento que já parte dos roteiros desportivos nacionais;
Pontos fracos (que nada têm que ver com a organização):
  • Pouca adesão dos caldenses (apesar de ser uma prova de competição, antes disso é uma prova de solidariedade e o importante é participar);
  • Pouca adesão do público (muito na partida, mas durante a entrega dos prémios, ficam os atletas vencedores, e pouco mais e quem recebe um prémio, gosta de sentir apoio e calor humano);
O meu agradecimento ao antigo Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Sra. do Pópulo, Vasco Oliveira, pela criação, implementação e manutenção deste evento fantástico, ao atual Presidente, Vitor Marques, a todo o executivo, em especial ao Sr. José Cardoso pela garra e dedicação com que promoveu o evento para que tudo corresse pelo melhor e aos funcionários da Junta de Freguesia que nestes dias deram de tudo para nada falhar. Finalmente o meu agradecimento também a todos os que contribuíram para que este evento fosse possível!
Porque desporto é saúde e a saúde é-me muito grata, haja quem promova eventos deste género! Obrigado a todos e também pelos miminhos oferecidos :) Estão de parabéns!
 
 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Abracei sem hesitar!




O desafio era "Abraçar a Diferença" e por isso respondemos ao desafio. No passado dia 3 de Dezembro, comemorou-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, promovido pela ONU desde 1998, no sentido de promover uma maior compreensão dos assuntos relacionados com a deficiência, mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar das pessoas e aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela inclusão das pessoas com deficiência na vida política, social, económica e cultural.

A Associação MVC - Movimento Viver o Concelho, associação cívica, não podia deixar passar esta efeméride sem desenvolver o evento "Abraçar a Diferença" com os objectivos de:
  • Compreender a importância da Inclusão da Pessoa com Deficiência na sociedade;
  • Sensibilizar para as diferentes deficiências apresentadas;
  • Perceber que limitações cada uma delas implica;
  • Perceber que dificuldades estas(es) cidadãs(ãos) enfrentam diariamente, em especial na nossa cidade/concelho;
  • Conhecer que propostas/sugestões podem ser facilitadoras de uma maior inclusão e participação na nossa cidade/concelho.
Pelas 20:30, na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, numa noite fria e desagradável, cerca de 60 pessoas encheram o auditório, sensíveis à problemática das pessoas com deficiência.
Foram 3 horas e 15 minutos onde se apresentaram 6 testemunhos de vida (Lesões vertebro medulares, Esclerose Múltipla, Cegueira, Paralisia Facial e Autismo) e onde aprendemos como é viver com uma deficiência, como foi a adaptação e essencialmente como é viver numa cidade como Caldas da Rainha.
O público assistiu com interesse, sensibilizou-se e muito, as histórias de vida foram fantásticas, e ficámos a saber que embora a legislação o obrigue, ainda há muitas coisas por fazer. Nas Caldas tem sido feito um esforço nesse sentido e inclusive as obras de regeneração urbana têm tido alguma sensibilidade, contudo ainda há muito por fazer se queremos uma sociedade verdadeiramente inclusiva onde todos contam, participam e são parte integrante.
Uma noite diferente onde se partilhou experiências de vida, aprendemos muito e acima de tudo, refletimos sobre esta problemática.
Um obrigado especial a todos os que permitiram a realização deste fantástico evento, aos participantes que não hesitaram em dar o seu testemunho e à Escola de Hotelaria e Turismo que acolheu esta fantástica iniciativa da Associação MVC.
 
 


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Frio, ao que obrigas!

O tempo frio veio para ficar e por isso convém estarmos despertos para a melhor forma de enfrentá-lo, em especial máxima atenção nas crianças e nos mais  velhos pois a sua percepção das alterações da temperatura não é a ideal. Também pessoas vítimas de exclusão social, doentes psiquiátricos e com mobilidade reduzida, são grupos vulneráveis.
Quando o nosso corpo é exposto a temperaturas muito frias tenta manter o equilíbrio através de mecanismos de regulação da temperatura. Contudo, se essa exposição for prolongada, a temperatura corporal baixa, pois o calor perdido é superior ao que é produzido.
Designa-se de hipotermia se a temperatura corporal descer mais de 2º C abaixo da temperatura normal. A temperatura do corpo demasiado baixa, afecta o cérebro, fazendo com que a pessoa seja incapaz de pensar claramente ou movimentar-se. Os principais sintomas são o tremer até à exaustão, perda da memória/discurso confuso, frequência cardíaca e respiratória baixas e sonolência.
Existem alguns cuidados básicos que deverá ter em conta, nomeadamente:
  • Cubra as extremidades com luvas, gorros, meias (mãos, pés, cabeça);
  • Use roupas folgadas e calçado adequados em detrimento de roupas justas e calçado apertado por dificultarem a circulação sanguínea;
  • Use várias camadas de roupa em vez de uma única muito grossa, de preferência em algodão ou fibras naturais;
  • Tome banho com água morna – água muito quente remove a camada protectora natural da pele;
  • Mantenha a pele hidratada, não esquecendo mãos, pés, cara e lábios;
  • Coma com mais frequência, encurtando as horas entre as refeições;
  • Coma mesmo que não sinta muita fome, em especial sopas e bebidas quentes (leite, chá);
  • Se a sua saúde o permitir, inclua na sua alimentação alimentos calóricos como chocolates, azeite, frutos secos;
  • Evite bebidas alcoólicas, pois causam aquecimento mas provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo;
  • Abstenha-se de produtos nocivos como o cigarro, bebidas alcoólicas e drogas;
  • Deve manter a prática de exercício físico – aumenta a produção de calor e a circulação de sangue;
  • Não faça exercício físico intenso ou ao ar livre e evite arrefecer com a roupa transpirada no corpo;
  • Faça pequenos movimentos com os dedos, os braços e as pernas, pois evitam o arrefecimento do corpo;
  • Beba água durante a actividade física para evitar a desidratação;
  • Evite a entrada de ar extremamente frio nos pulmões;
  • Procure manter-se seco dado que o corpo arrefece rapidamente com a humidade;
  • Se tiver que realizar trabalho com muito esforço, proteja-se com roupa adequada e vá doseando o esforço;
  • Evite caminhar sobre o gelo devido ao risco de lesões por queda;
  • Evite uma exposição excessiva ao frio.
Nas pessoas mais velhas, para mim o maior grupo de risco pois muitas vezes encontram-se sós e sem ninguém que os ajude, para além do que já foi dito anteriormente, tenha em atenção:
 
  • Os familiares, amigos e vizinhos têm um papel importante devendo visitar ou telefonar às pessoas mais velhas para prestar ajuda e verificar o seu estado de saúde e conforto;
  • Devem manter a casa aquecida através da calafetagem das portas e janelas para evitar a saída de calor e a entrada de frio, tendo, contudo, cuidado com meios de aquecimento que produzam monóxido de carbono como lareiras, braseiras ou aquecedores eléctricos;
  • Usar botijas de água quente, embora sempre com o cuidado de não fazer queimaduras da pele;
  • Devem fazer as suas compras alimentares e outras que cheguem para um período de dois a três dias para evitar ter de sair de casa em períodos de muito frio;
  • Verificar se têm medicamentos suficientes;
  • Se tiver de sair de casa use roupas quentes, sapatos impermeáveis e antiderrapantes, chapéu, luvas e cachecol;
 
As pessoas devem ter em conta os noticiários da Meteorologia e as indicações da Protecção Civil transmitidas pelos órgãos de comunicação social, gerindo as actividades de acordo com as recomendações.
Em caso de dúvidas, relacionadas com a sua saúde, ligue para a Linha Saúde 24 – 808242424.

domingo, 24 de novembro de 2013

A Hipertensão Arterial

 
Os números são claros, em Portugal, existem cerca de 2 milhões de hipertensos, destes apenas metade tem conhecimento de que tem pressão arterial elevada, apenas 1/4 está medicado e apenas 16% estão controlados. Daí a extrema importância de conhecer este problema de saúde. A tensão arterial é a força que o sangue exerce nas paredes arteriais e deverá manter-se dentro de limites saudáveis, de 120 mmHg para a pressão sistólica (máxima) e de 80 mmHg para a pressão diastólica (mínima). A forma como geralmente é representada é 120/80 mmHg. Designam-se de hipertensão arterial todas as situações em que se verificam valores de tensão arterial elevados. Para este diagnóstico, consideram-se valores de tensão arterial sistólica superiores ou iguais a 140 mmHg e/ou valores de tensão arterial diastólica superiores a 90 mmHg.
Na maior parte dos casos (90%), não há uma causa conhecida para a hipertensão arterial, embora em algumas situações seja possível encontrar uma causa específica como por exemplo, doenças renais, perturbações hormonais ou a utilização de alguns fármacos. Contudo, existem situações que aumentam a probabilidade de vir a ter a tensão arterial elevada, nomeadamente o excesso de peso ou obesidade, o estilo de vida sedentário, fazer uma dieta rica em sal e gorduras e pobre em fruta e vegetais, o consumo excessivo de álcool, o tabagismo, o stress e ter predisposição hereditária.
Geralmente nos primeiros anos, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas, à exceção de valores tensionais elevados, os quais se detetam através da medição da tensão arterial. Contudo, pode manifestar-se por cefaleias, tonturas ou um mal-estar vago e difuso, que são comuns a muitas outras doenças. Com o decorrer dos anos, a hipertensão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais como o cérebro, o coração e os rins, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como o Enfarte do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral.
O diagnóstico é feito através da medição da tensão arterial e pela verificação de que os seus níveis estão acima do limite normal. Contudo, um valor elevado isolado não é sinónimo de doença. Só é considerado hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo menos, 3 avaliações seguidas em dias diferentes.
Não há uma cura para a hipertensão arterial. A adoção de um estilo de vida saudável, a diminuição do consumo do sal e álcool, deixar de fumar, reduzir o excesso de peso e a prática regular de exercício físico podem reduzir significativamente a tensão arterial. Se algum tempo depois de ter posto em prática estas medidas não tiver registado uma descida adequada da tensão arterial, torna-se necessário recorrer ao tratamento farmacológico prescrito pelo seu médico.
Não se esqueça, que pela ausência de sintomas no início da doença, a melhor forma de estar atento e diagnosticar este problema de saúde é avaliar regularmente a tensão arterial e lembre-se que apostar na prevenção é ganhar qualidade de vida!

Artigo de minha autoria publicado no Jornal das Caldas em 12/11/2013, ver artigo no site através do link:

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Liberdade e genuíno!!!

 
 
Retomaram os 21 às 21, momentos de excelência de partilha e de cidadania que a Associação MVC tem levado a cabo, desde a sua criação, já lá vão 4 anos. As eleições autárquicas levaram a uma pausa, mas Novembro trouxe novidades e já existe programação para os próximos meses.
Mas hoje, o convidado foi Marco Almeida, candidato independente à Câmara Municipal de Sintra, nas últimas eleições autárquicas e os seus testemunhos permitiram distinguir e muito bem a política partidária da política independente. Por escassos 1700 votos não conquistou a maior câmara do país, mas o seu empenho não ficou por aí.
Ao contar as suas experiências numa candidatura independente, contrapondo com uma candidatura partidária, onde colaborou diversas vezes pelo PSD, fez-nos reviver os momentos pelos quais também passamos, as dificuldades, as alegrias, o empenho e a força que nos moveu. Alguém hoje nos disse que aquilo por que passámos, não estivemos sós e isso foi reconfortante.
Marco Almeida reconhece que uma candidatura independente tem mais sabor, mais alegria e onde as pessoas são genuínas e o objectivo é servir uma comunidade, ao contrário de uma candidatura partidária, onde tudo é dado e oferecido, onde tudo é "cozinhado" pela máquina, onde quem se candidata, candidata-se para servir-se a si próprio, montar uma carreira política e tirar os "proveitos" da pouca transparência. E Marco Almeida afirma mesmo: "os partidos fecharam-se sobre si próprios e isso está a condená-los  e matá-los lentamente". Não existe renovação, não existe nada, apenas uma máquina montada para servir os interesses dos mesmos.
Uma noite fantástica, com uma sala bem composta para ouvir este autarca que promete em 2017, novamente candidatar-se e claro está, com toda a certeza, GANHAR.
Parabéns Marco Almeida pela partilha, pelas semelhanças e pela força, que só nos fazem trabalhar mais e mais em prol do bem comum.
Ficam as duas palavras da noite, mais ouvidas: LIBERDADE e GENUÍNO!