quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Frio, ao que obrigas!

O tempo frio veio para ficar e por isso convém estarmos despertos para a melhor forma de enfrentá-lo, em especial máxima atenção nas crianças e nos mais  velhos pois a sua percepção das alterações da temperatura não é a ideal. Também pessoas vítimas de exclusão social, doentes psiquiátricos e com mobilidade reduzida, são grupos vulneráveis.
Quando o nosso corpo é exposto a temperaturas muito frias tenta manter o equilíbrio através de mecanismos de regulação da temperatura. Contudo, se essa exposição for prolongada, a temperatura corporal baixa, pois o calor perdido é superior ao que é produzido.
Designa-se de hipotermia se a temperatura corporal descer mais de 2º C abaixo da temperatura normal. A temperatura do corpo demasiado baixa, afecta o cérebro, fazendo com que a pessoa seja incapaz de pensar claramente ou movimentar-se. Os principais sintomas são o tremer até à exaustão, perda da memória/discurso confuso, frequência cardíaca e respiratória baixas e sonolência.
Existem alguns cuidados básicos que deverá ter em conta, nomeadamente:
  • Cubra as extremidades com luvas, gorros, meias (mãos, pés, cabeça);
  • Use roupas folgadas e calçado adequados em detrimento de roupas justas e calçado apertado por dificultarem a circulação sanguínea;
  • Use várias camadas de roupa em vez de uma única muito grossa, de preferência em algodão ou fibras naturais;
  • Tome banho com água morna – água muito quente remove a camada protectora natural da pele;
  • Mantenha a pele hidratada, não esquecendo mãos, pés, cara e lábios;
  • Coma com mais frequência, encurtando as horas entre as refeições;
  • Coma mesmo que não sinta muita fome, em especial sopas e bebidas quentes (leite, chá);
  • Se a sua saúde o permitir, inclua na sua alimentação alimentos calóricos como chocolates, azeite, frutos secos;
  • Evite bebidas alcoólicas, pois causam aquecimento mas provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo;
  • Abstenha-se de produtos nocivos como o cigarro, bebidas alcoólicas e drogas;
  • Deve manter a prática de exercício físico – aumenta a produção de calor e a circulação de sangue;
  • Não faça exercício físico intenso ou ao ar livre e evite arrefecer com a roupa transpirada no corpo;
  • Faça pequenos movimentos com os dedos, os braços e as pernas, pois evitam o arrefecimento do corpo;
  • Beba água durante a actividade física para evitar a desidratação;
  • Evite a entrada de ar extremamente frio nos pulmões;
  • Procure manter-se seco dado que o corpo arrefece rapidamente com a humidade;
  • Se tiver que realizar trabalho com muito esforço, proteja-se com roupa adequada e vá doseando o esforço;
  • Evite caminhar sobre o gelo devido ao risco de lesões por queda;
  • Evite uma exposição excessiva ao frio.
Nas pessoas mais velhas, para mim o maior grupo de risco pois muitas vezes encontram-se sós e sem ninguém que os ajude, para além do que já foi dito anteriormente, tenha em atenção:
 
  • Os familiares, amigos e vizinhos têm um papel importante devendo visitar ou telefonar às pessoas mais velhas para prestar ajuda e verificar o seu estado de saúde e conforto;
  • Devem manter a casa aquecida através da calafetagem das portas e janelas para evitar a saída de calor e a entrada de frio, tendo, contudo, cuidado com meios de aquecimento que produzam monóxido de carbono como lareiras, braseiras ou aquecedores eléctricos;
  • Usar botijas de água quente, embora sempre com o cuidado de não fazer queimaduras da pele;
  • Devem fazer as suas compras alimentares e outras que cheguem para um período de dois a três dias para evitar ter de sair de casa em períodos de muito frio;
  • Verificar se têm medicamentos suficientes;
  • Se tiver de sair de casa use roupas quentes, sapatos impermeáveis e antiderrapantes, chapéu, luvas e cachecol;
 
As pessoas devem ter em conta os noticiários da Meteorologia e as indicações da Protecção Civil transmitidas pelos órgãos de comunicação social, gerindo as actividades de acordo com as recomendações.
Em caso de dúvidas, relacionadas com a sua saúde, ligue para a Linha Saúde 24 – 808242424.

domingo, 24 de novembro de 2013

A Hipertensão Arterial

 
Os números são claros, em Portugal, existem cerca de 2 milhões de hipertensos, destes apenas metade tem conhecimento de que tem pressão arterial elevada, apenas 1/4 está medicado e apenas 16% estão controlados. Daí a extrema importância de conhecer este problema de saúde. A tensão arterial é a força que o sangue exerce nas paredes arteriais e deverá manter-se dentro de limites saudáveis, de 120 mmHg para a pressão sistólica (máxima) e de 80 mmHg para a pressão diastólica (mínima). A forma como geralmente é representada é 120/80 mmHg. Designam-se de hipertensão arterial todas as situações em que se verificam valores de tensão arterial elevados. Para este diagnóstico, consideram-se valores de tensão arterial sistólica superiores ou iguais a 140 mmHg e/ou valores de tensão arterial diastólica superiores a 90 mmHg.
Na maior parte dos casos (90%), não há uma causa conhecida para a hipertensão arterial, embora em algumas situações seja possível encontrar uma causa específica como por exemplo, doenças renais, perturbações hormonais ou a utilização de alguns fármacos. Contudo, existem situações que aumentam a probabilidade de vir a ter a tensão arterial elevada, nomeadamente o excesso de peso ou obesidade, o estilo de vida sedentário, fazer uma dieta rica em sal e gorduras e pobre em fruta e vegetais, o consumo excessivo de álcool, o tabagismo, o stress e ter predisposição hereditária.
Geralmente nos primeiros anos, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas, à exceção de valores tensionais elevados, os quais se detetam através da medição da tensão arterial. Contudo, pode manifestar-se por cefaleias, tonturas ou um mal-estar vago e difuso, que são comuns a muitas outras doenças. Com o decorrer dos anos, a hipertensão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais como o cérebro, o coração e os rins, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como o Enfarte do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral.
O diagnóstico é feito através da medição da tensão arterial e pela verificação de que os seus níveis estão acima do limite normal. Contudo, um valor elevado isolado não é sinónimo de doença. Só é considerado hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo menos, 3 avaliações seguidas em dias diferentes.
Não há uma cura para a hipertensão arterial. A adoção de um estilo de vida saudável, a diminuição do consumo do sal e álcool, deixar de fumar, reduzir o excesso de peso e a prática regular de exercício físico podem reduzir significativamente a tensão arterial. Se algum tempo depois de ter posto em prática estas medidas não tiver registado uma descida adequada da tensão arterial, torna-se necessário recorrer ao tratamento farmacológico prescrito pelo seu médico.
Não se esqueça, que pela ausência de sintomas no início da doença, a melhor forma de estar atento e diagnosticar este problema de saúde é avaliar regularmente a tensão arterial e lembre-se que apostar na prevenção é ganhar qualidade de vida!

Artigo de minha autoria publicado no Jornal das Caldas em 12/11/2013, ver artigo no site através do link:

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Liberdade e genuíno!!!

 
 
Retomaram os 21 às 21, momentos de excelência de partilha e de cidadania que a Associação MVC tem levado a cabo, desde a sua criação, já lá vão 4 anos. As eleições autárquicas levaram a uma pausa, mas Novembro trouxe novidades e já existe programação para os próximos meses.
Mas hoje, o convidado foi Marco Almeida, candidato independente à Câmara Municipal de Sintra, nas últimas eleições autárquicas e os seus testemunhos permitiram distinguir e muito bem a política partidária da política independente. Por escassos 1700 votos não conquistou a maior câmara do país, mas o seu empenho não ficou por aí.
Ao contar as suas experiências numa candidatura independente, contrapondo com uma candidatura partidária, onde colaborou diversas vezes pelo PSD, fez-nos reviver os momentos pelos quais também passamos, as dificuldades, as alegrias, o empenho e a força que nos moveu. Alguém hoje nos disse que aquilo por que passámos, não estivemos sós e isso foi reconfortante.
Marco Almeida reconhece que uma candidatura independente tem mais sabor, mais alegria e onde as pessoas são genuínas e o objectivo é servir uma comunidade, ao contrário de uma candidatura partidária, onde tudo é dado e oferecido, onde tudo é "cozinhado" pela máquina, onde quem se candidata, candidata-se para servir-se a si próprio, montar uma carreira política e tirar os "proveitos" da pouca transparência. E Marco Almeida afirma mesmo: "os partidos fecharam-se sobre si próprios e isso está a condená-los  e matá-los lentamente". Não existe renovação, não existe nada, apenas uma máquina montada para servir os interesses dos mesmos.
Uma noite fantástica, com uma sala bem composta para ouvir este autarca que promete em 2017, novamente candidatar-se e claro está, com toda a certeza, GANHAR.
Parabéns Marco Almeida pela partilha, pelas semelhanças e pela força, que só nos fazem trabalhar mais e mais em prol do bem comum.
Ficam as duas palavras da noite, mais ouvidas: LIBERDADE e GENUÍNO! 
 


sábado, 16 de novembro de 2013

Uma NOVA Junta de Freguesia!

Confesso que foi difícil conseguir trocar o turno. Hoje fazia manhã, o que implicaria não poder responder ao toque de chamada do Presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, Fernando Sousa.
Mas com a boa vontade de uma colega, marquei presença e o resultado não podia ser melhor. As(os) cidadãs(os) responderam à chamada e pelas 9 horas começava a chegar pessoal para pôr as mãos ao trabalho, acabando por faltarem ferramentas. Escolhi uma enxada e roçar erva foi a minha tarefa principal, tocando-me na rifa uma "bolhita" em cada mão. Como gosto muito de fazer observações, aqui ficam elas:
  • Cerca de 6/8 pessoas era ingleses. Curioso não é? Não sendo eles "filhos da terra", reconhecem o espaço onde vivem como deles e como tal, sentem que também devem contribuir para melhorar os espaços. Têm outra forma de ver a sociedade e a participação é uma prioridade nas suas vidas. Coisa que o português ainda não interiorizou bem, ficando acomodado à espera que as entidades oficiais resolvam tudo. Mas se o espaço público é de todos, todos devemos contribuir com um pouco de nós para salvaguardar, melhorar e proteger aquilo que é nosso. Já ouviram falar em cidadania participativa? Aqui está uma boa forma!
  • Sabemos que a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia têm obrigação de zelar pelos espaços públicos, mantendo-os limpos e arranjados. Mas todos nós cidadãos, também devemos fazer a nossa parte. Se cada um de nós fizermos um pouco, conseguimos mais e melhor e em conjunto resolvemos problemas que se calhar levariam dias, semanas e meses, até que fossem solucionados. Mais do que dizer, isto está mal, é intervir solucionando os problemas. Só assim construímos uma cidadania participativa.
  • Esta iniciativa da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, mostra uma nova forma de intervir, de dinamizar, de fazer, de solucionar. Envolvendo as(os) cidadãs(os) faz com que estes se sintam parte integrante da sociedade, parte da resolução dos problemas, activos e participativos, que os espaços públicos são seus, que devem zelar pela sua higiene e limpeza, evitando a degradação e o abandono. Em pouco mais de 3 horas, com boa disposição e entre ajuda, conseguimos limpar um espaço que estava cheio de ervas e arbustos, folhas e areia, lixo, onde antes existiram bares que animavam as tardes de quem até à Foz ia passear e comer uns tremoços e amendoins. Os bares já lá não estão, resultado do incêndio, mas continua a ser zona de passagem de quem vai passear, correr, andar e por isso aquele espaço estar cuidado, era o mínimo que se podia exigir! E assim ficou!
É assim que faz sentido para mim, é isto que eu defendo, é isto em que acredito! Ficam algumas fotos!
 





 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Acessibilidade, boa notícia!

Finalmente a Câmara Municipal, apresenta a sua preocupação com as acessibilidades e quer implementar um Plano Local e Municipal de Promoção da Acessibilidade. Sendo a área das acessibilidades, de extrema importância, nas competências de um enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação, tendo como descritivo da competência nessa área:

 
Adaptado do Regulamento das Competências do E.E.E. de Reabilitação - Ordem dos Enfermeiros
 
Fico muito contente por saber que o executivo atual, faz desta problemática, uma prioridade na sua política.
A criação de "uma cidade para todos", palavras de Tinta Ferreira, iniciou-se com uma candidatura ao Programa Rampa e com base nessa aprovação, a empresa MPT, com um custo previsto de 50000 euros, irá trabalhar estas questões, apresentando no final "uma radiografia completa do território, detetando problemas arquitetónicos e apresentar soluções com o espaço público e privado envolvente", palavras de Paula Teles, responsável pela empresa. Esta análise é feita em cinco áreas, espaços públicos, edifícios, transportes, comunicação e infoacessibilidade. Também a comunidade educativa vai ser envolvida, permitindo capacitar os mais jovens para a problemática da inclusão de todos na sociedade.
Sem dúvida que a aposta numa cidade inclusiva e acessível para todos será uma mais valia e fará Caldas da Rainha um exemplo a seguir nestas questões (esperando eu que tudo corra pelo melhor), mas ainda assim levanto algumas questões:
  • Estando nesta altura, a cidade mergulhada em obras de regeneração urbana, onde está a sofrer alterações profundas nalgumas artérias da cidade, como se contornará se a "radiografia" que vai ser feita apontar deficiências nas obras atuais?
  • É certo que nestas obras de regeneração, existe algum cuidado nestas questões das acessibilidades, desde o rebaixamento dos passeios junto às passadeiras, como a diferença de piso nos mesmos locais para o invisuais, mas como exemplifica a foto abaixo, a colocação de pinos junto a algumas passadeiras são de todo incorrectos. Servem para quê? Se perguntarem a um invisual o que acha dos pinos nos passeios e se for homem, vai responder, que é um verdadeiro perigo para a sua zona genital!
 
  • Aposta-se neste plano para tornar uma cidade mais acessível para todos, mas essencialmente para cativar turismo sénior. Todos sabemos que a idade avançada detiora o equilíbrio, a força, implicando limitações na mobilidade. Mas Tinta Ferreira afirma que "as condições de clima e localização, bem como a reabertura do Hospital Termal, implicam podermos vir a ter um cluster importante de captação de turismo sénior". Acho muito bem e assim espero que seja, mas referir que é o turismo sénior o grande motivo desta aposta é limitar aquilo que é a inclusão e a participação da pessoa com deficiência e uma coisa sabemos, uma cidade acessível para a pessoa com deficiência, é certamente uma cidade acessível para o turismo sénior.
  • Fazendo parte deste Plano a parte educativa e tendo havido propostas consistentes na promoção da inclusão já há algum tempo atrás, ainda no anterior executivo, onde Tinta Ferreira era responsável pelo Pelouro da Educação, não percebo porque este não permitiu que se desenvolvesse esse projecto, gratuito e voluntário, sem encargos para a Câmara Municipal e ainda por cima, o "não" foi acompanhado de arrogância! Ainda bem Sr. Presidente que repensou as suas opções, porque sinceramente também não percebia o porquê de afirmar repetidamente que as boas ideias são sempre bem vindas e não soube aproveitar esta!
 
Fico contente, como disse anteriormente, com esta opção do executivo camarário, só espero é que este Plano não venha colidir com alguns pontos da Regeneração Urbana em curso, o que seria um esbanjamento de dinheiro, para modificar o que deveria ter sido pensado de raiz. Sei que as candidaturas nem sempre acontecem nos momentos que queremos, mas o que censuro é as obras de regeneração, apesar de mostrarem alguma sensibilidade para estas questões, não terem aprofundado mais a sua intervenção em nome de uma cidade inclusiva para todos. A foto que mostro acima é um exemplo de um erro grave no meu entender!
Veremos...



terça-feira, 12 de novembro de 2013

Primeira Assembleia, "Velha dinâmica"!

Ontem, dia de São Martinho, foi dia de Assembleia Municipal, a primeira deste novo ciclo autárquico. Uma assembleia praticamente renovada, à excepção dos eleitos pelo PSD, que poucas caras novas apresentam e ainda nos brindam com a habitual dança das cadeiras onde o cabeça de lista eleito, Dr. Lalanda, dança "o vira" com o número dois da lista e voilá: eis um presidente da Assembleia Municipal que não foi o cabeça de lista eleito... contingências já previsíveis, ou a história não nos tivesse demonstrado! Mas se o PSD não apresenta caras novas, ou uma pelo menos, os restantes partidos inovaram, à excepção da CDU que mantem o seu "habitué" representante.
Mas novidade mesmo, foi pela primeira vez estarem presentes e terem assento, dois cidadãos do MVC e um presidente de junta de freguesia, que deram um ar mais respirável a órgão tão importante no poder local.
Mas os problemas continuam como sempre foi apanágio:
  • os trabalhos com início às 21 horas, iniciam sempre com atraso de 20 a 30 minutos (30 minutos de tolerância diz-se algures, só não percebo por quê uma tolerância tão alargada);
  • mesmo depois de se iniciarem os trabalhos há sempre um membro ou outro da assembleia que atrasados chegam, levando a distrações e comentários;
  • há quem chegue atrasado e mesmo assim, vá cumprimentar outros membros, tarda em sentar-se e perturba a ordem de trabalhos;
  • os escassos 30 minutos destinados ao público para dizer de sua justiça, momento alto de contacto com os cidadãos, os membros da assembleia ou estão distraídos, ou levantam-se para ir a qualquer lado, ou conversam com alguém ao lado, ou navegam descuidados pela internet nas suas tecnologias... poucos estão atentos, menos ainda interessados;
  • e assim vão decorrendo os trabalhos, bem mais animados na varanda ali bem perto, onde os cigarros distraem os mais entediados...
Entristece-me o facto dos caldenses não participarem mais, nem que seja com a sua presença, nestes momentos decisivos para a nossa cidade e concelho. Neste novo ciclo, prometem estar em discussão, temas muitos "quentes" como o Hospital Termal, a Lagoa de Óbidos, a linha do Oeste, entre outros. Mas muitas vezes um local que deveria ser sério, construtivo e decisivo, transforma-se naquilo que não deveria ser!
Ficam as palavras do Sr. Presidente da Assembleia Municipal que após as intervenções do público (um pouco desajustadas, confesso), referiu: "as pessoas participam e nós temos de ter paciência".
Tenham paciência senhores membros da Assembleia, pois as pessoas até vos elegeram para as representar! Tenham paciência... que a nossa às vezes esgota-se...
 
 

domingo, 10 de novembro de 2013

Caldas da Plebeia...

Artigo escrito por mim, publicado no Jornal das Caldas!


Não gosto de considerar classes sociais de pessoas, como se isso fosse factor de distinção, mas não resisto a brincar com o trocadilho, de chamar Caldas da Rainha, neste momento, Caldas da Plebeia. E desenganem-se os mais críticos se pensam que estou a chamar plebeia a distinta Rainha que outrora viu nestas terras a prosperidade e a ambição de erguer aqui o primeiro Hospital Termal do mundo, ou mais gravoso ainda, dizer que os caldenses são da ralé! Não por favor! Confusões possíveis à parte, passemos aos esclarecimentos… O trocadilho utilizado, considerando hoje Caldas não da Rainha, mas da Plebeia, prende-se com o facto do estado a que chegou a nossa cidade!
Ao passearmos pelas ruas da cidade somos “esbofeteados” sem dó nem piedade por grafitis (?), quais hieróglifos de tempos idos, ofensa pura se comparo a tão digna escrita egípcia. As paredes definham por um solidário pincel de tinta que lhes cicatrize as brechas do vandalismo moderno que minoritários jovens consideram um “batido” de arte, irreverência, protesto e quiçá emancipação!
Mas não é só as “bofetadas” que o transeunte padece. Convém olhar para o chão, pois nunca se sabe o que pode ficar agarrado ao seu pé! “Cocozinhos” do bicharoco que da rua faz a sanita! Culpado animalzinho, nem pensar! Isso nunca! O reinado da altivez, aliado às posturas corporais incomodativas e a falta de um mero saco de plástico, contribuem para não vergar a coluna e apanhar tão incomodativo dejecto, que os pés de alguém mais distraído irão cilindrar!
Mas e já alguém aqui disse que passear nesta terra é fácil? Até agora não e não direi até ao fim de tão básico amontoado de letras. Porque desengane-se quem acha que as obras de “renegação” urbana estão aí para melhorar! Vão melhorar um dia certamente! Lá para finais de 2014 será? É melhor não tomar como garantido que nestas coisas dos projectos, o bom português já sabe que falta a derrapagem e os atrasos “naturais” de tamanha intervenção. Mas temos uma cidade toda (des) intervencionada, em nome de uma modernidade que se quer, mas que incomoda atingi-la. Ruas destruídas, ruas construídas, buracos aqui, máquinas ali, gravilha acolá, pedras… Fazer o percurso Câmara Municipal, Estação (fantasma), por estas alturas é uma verdadeira aventura, mas em breve teremos um fosso em frente à Câmara, o esventramento da Praça da Fruta, Rua da Estação, principal carreirinho de um formigueiro sem trânsito, ufa, estou cansado. Ah e esquecia-me, concluir o que já parece semi-concluído, justificado pelas deslocações de quem vem dar os retoques finais! Se vêm cá, pois que venham para terminar tudo que vir uma vez trazer um banco e amanhã trazer uma papeleira não lembra a ninguém. Por isso cuidado, ao circular na cidade… de carro vai entrar numa rua que não se sabe o que acontecerá, a pé, atenção redobrada, que as pedras, os buracos e tudo o que se puder encontrar podem oferecer uma visita guiada ao CHO, Unidade de Caldas da Rainha, modernices dos apertos financeiros. Mas descanse, vai ter tempo para isso, quando fizer a inscrição...
Oh Rainha Dona Leonor, o que fizeram nesta terra de lamas e águas mal cheirosas que a senhora viu próspera? Prosperidade por agora só a da vergonha! Mas a esperança é a última a morrer, dizem as sabedorias populares e com novas dinâmicas em curso, herdeiras do legado do Senhor “Águas Baratuchas”, baratas  e barrentas por cá, esperemos que a Plebeia fique um pouco mais retocada. Retoques com uma tinta que ficou na lata, onde foi adicionada um pouco de água, para o tempo não secar e que agora, com o alicate das últimas eleições, reabre-se a lata para continuar a pintar esta bela cidade! E meus amigos, precisa mesmo de várias demãos! Será que a tinta é boa e chega para uma parede em tão mau estado?

domingo, 3 de novembro de 2013

Saúde, mas pouca!

 
Mais uma notícia para estragar a saúde dos caldenses... As opções de "bom gestor" do Dr. Carlos Sá, em nome dos números factuais que tem em sua posse e que "demonstram" que só se faz uma cirurgia em 7 noites, justificam esta opção. As urgências de Torres Vedras e de Caldas da Rainha, passam a ter menos um clínico geral, nas 24 horas, e menos um cirurgião, entre as 00:00 e as 08:00. O Dr. Carlos Sá esclareceu que "a reorganização das equipas médicas tem por finalidade adaptar a constituição das equipas à afluência de doentes e ao trabalho desenvolvido". Fantástico Dr. Carlos Sá!
Opinião contrária tem a Ordem dos Médicos e muito bem! Esta medida vai poupar algum dinheiro mas "pode levar a situações de pré-ruptura individual e coletiva dos grupos profissionais que estão em causa". Além disso, teme-se ainda que a medida possa "pôr em risco a qualidade do serviço prestado". E o que isso interessa? Para o Dr. Carlos Sá,  "o número de médicos cumpre as recomendações de boas práticas e assegura uma adequada resposta, em cada uma das especialidades, à procura que existe na prática". Fantástico!
A Comissão de Utentes "Juntos pelo Nosso Hospital" também afirmou a sua posição ao destacar que "todos os utentes e profissionais de saúde reconhecem que o serviço de urgência do CHO (Centro Hospitalar do Oeste) é dos serviços com maiores lacunas na qualidade global do serviço prestado, não por responsabilidade dos profissionais que lá trabalham, mas por inadequação dos reduzidos espaços e da organização dos fluxos do trabalho de atendimento dos utentes que chegam às urgências", estando por isso determinantemente contra esta medida da administração do Centro Hospitalar do Oeste.
Pois bem, a destruição do Hospital das Caldas da Rainha continua e o seu autor, o Dr. Carlos Sá a somar vitórias junto do Ministério da Saúde. Nos últimos tempos temos assistido à implementação de medidas que têm trazido prejuízos graves à saúde e às respostas de saúde dos caldenses. Aquele que foi um Centro Hospitalar robusto, hoje vive uma situação de debilidade. O alheamento do Hospital Termal e seu património porque o Dr. Carlos Sá não tem que assinar "os consertos" dos aspersores de rega dos Parque e a insistência de que fechado é que está bem, a fusão com o Hospital de Torres Vedras e o "agora toma lá este serviço e dá cá aquele", os impasses do Hospital de Alcobaça que agora é nosso, amanhã é de Leiria, a interrogação de Peniche, a diminuição dos recursos humanos, tudo tem sido episódios de um final que embora pareça desconhecido, parece ser certo e a razão é só uma, a boa gestão financeira e o bom exemplo do Dr. Carlos Sá que não olha a meios para engrandecer o seu currículo de gestor "top". O Ministério da Saúde agradece tamanho empenho, poupar, poupar, poupar. Eu diria negligenciar, destruir e manipular a saúde dos caldenses, e os caldenses a assistir na plateia, impávidos e serenos...
Perguntas que deixo no ar: 
  • Numa altura em que "uma nova dinâmica" tomou posse e onde surge tão oportunamente o pelouro da "Saúde" na pessoa da Vereadora Maria da Conceição, qual a posição desta face a estas notícias?
  • Embora conhecida a posição da Comissão de Utentes "Juntos pelo Nosso Hospital", quais as medidas efectivas que pensam tomar?
  • Os caldenses pensam reagir a mais este passo de destruição do nosso Hospital ou mais uma vez vão ficar sentados a ver?
Estou desiludido confesso, mas não conformado!