segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Reflexões Natalícias...

O Natal chegou, mas não devia! Deveria antes sim, ser um estado diário, uma forma de estar e de ser, de fazer, de sentir, de tudo, durante todos os dias... Mas não é... para a maioria é um antagonismo entre o receber uma prenda e o ter mais uma despesa, o lado materialista e que envenena o verdadeiro Natal e sua simbologia.
Natal é o nome da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, a figura central do Cristianismo. O dia de Natal, 25 de dezembro, foi estipulado pela Igreja Católica no ano de 350 através do Papa Julio I, sendo mais tarde oficializado como feriado. A Bíblia não diz nada sobre o dia exato em que Jesus nasceu e por isso a comemoração do Natal não fazia parte das tradições cristãs no início. O Natal começou a ser celebrado para substituir a festa pagã da Saturnália, que por tradição acontecia entre 17 e 25 de dezembro. A comemoração do Natal em substituição da Saturnália foi uma tentativa de facilitar a aceitação do cristianismo entre os pagãos.
Inspirado na figura de São Nicolau, um bispo do século III, o Pai Natal é responsável por trazer os presentes das crianças no Natal, segundo a tradição. E esta figura, hoje, para muitos é o verdadeiro Natal e não propriamente o nascimento de Jesus Cristo. E a ele associado vem o consumismo desfreado em detrimento do nascimento de Jesus Cristo e toda a sua simbologia... Mas também não podemos querer que todos sejam cristãos e aceitem este propósito, contudo, mais que a troca de prendas, deve estar implícito neste conceito a solidariedade, a interajuda, a paz, o amor, a partilha, o perdão, a amizade... e não só neste momento específico do ano, mas ao longo de todos os dias da nossa vida e por isso inicio este texto, defendendo o Natal como uma premissa para um estado diário de vida!
Mas façamos mais algumas reflexões:
  • Saímos à rua e somos "bombardeados" com peditórios e mais peditórios, rifas e cabazes... perdoem-me mas em 365 dias do ano tudo se concentra neste mês porquê? O facto da época tornar-nos mais solidários, não me parece que as necessidades e a ajuda só seja importante nesta época...
  • A "caridadezinha" enjoa-me... fica bem e socialmente até poderia dizer que é "chique" mostrar que se ajuda, mas convínhamos, quem ajuda o faz porque sente-se bem com isso e não para se autopromover... e o que assistimos diariamente nesta época é mais uma vez ajudar os "pobrezinhos" porque é Natal e fica bem, mas sinceramente pobres são os de espírito e para esses não há ajuda possível...
  • Vivemos uma crise profunda, como todos sabemos, mas o país pára por estes dias... que bom governo temos que concede tolerância de ponto no dia 24 e na tarde de 31! Não consigo compreender sinceramente... Curiosamente fala-se tão mal do governo mas pronto, é Natal, haja paz...
  • Nunca tivemos uma cidade das Caldas tão bonita em iluminação! Pelo menos que eu me lembre, este ano luz é o que não falta! Ouvi alguém dizer por aí: "se este presidente continuar assim vai no bom caminho"... O quê? Dr. Tinta, dê luzinhas de Natal ao povo que é com isso que se vive bem e prosperamos! Ah povo que lavas no rio, que talhas com teu machado as tábuas do teu caixão, já dizia Amália... Não estou contra as iluminações de Natal, mas preferia que o Comércio Local, tão desejado e publicitado, respondesse da mesma forma com a abertura das lojas até às 23 horas por exemplo, para as pessoas saírem às ruas, usufruírem das iluminações, fazerem as suas compras e desenvolverem a economia local. Que se apostasse mais na animação de rua. Mas não, o comércio local fecha às 19 horas, as luzes acesas e na rua ninguém! Nestas circunstâncias confirmo que nos centros comerciais é bem mais agradável de estar e passear! Mas é o que temos, uma cidade bonita e iluminada, mas só isso... o seu propósito fica na gaveta!
  • O consumismo desfreado, as prendas obrigatórias, importante fase para o comércio que tem atravessado quebras do consumo ultimamente, nada contra... mas e o desperdício associado? Faz-me confusão simplesmente quando o verdadeiro significado do Natal é tão mais simples, barato e fácil de oferecer, basta querermos!
Mas sempre foi assim e assim vai continuar a ser! Mais que a crise económica, a crise de valores que atravessamos nunca deixaria discernir nada mais para além do que temos atualmente. Resta-me desejar um Santo e Feliz Natal para todos, com votos de que 2014 traga melhores notícias para toda a Humanidade. E lembrem-se sempre, Natal é todos os dias e não apenas dia 25...
 
 

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