domingo, 31 de janeiro de 2016

Património "Terminal"!

Recentemente uma comitiva de dirigentes locais deslocou-se em visita a todo o Património Termal, afim de se enteirarem do estado de degradação a que as estruturas chegaram. As reações após a visita foram para todos os gostos, desde os que já suspeitavam, aos que ficaram incrédulos com o estado de degradação.
Não visitei os edifícios no interior mas para qualquer pessoa que passe por perto, principalmente pelos Pavilhões do Parque não precisa de lá entrar para imaginar o que lá se passa. Os anos não perdoam e toda a gente sabe que algo que não se usa, degrada-se mais depressa. Agravando o facto de não ser usado, muito menos terem sido feitas manutenções das estruturas.
O resultado está à vista e os nossos dirigentes locais embora minimamente preparados para o que iriam encontrar ficaram estupefactos.
É lamentável esta comitiva só ter efectuado esta visita, depois de todo o Património Termal ter sido cedido à Câmara Municipal. Porque não efectuou esta visita antes de assinar a papelada? Porque não se preparou antes para saber aquilo que ia ser posto nas suas mãos? Parece-me mais um daqueles negócios ruinosos que com os encargos inerentes dificultam a vida da Câmara Municipal que tem em mãos uma bomba que senão for bem estudada e gerida pode tornar-se um sério problema.
Não sou militante de nenhum partido político mas neste cenário, dando voz à lenga lenga da esquerda, parecia-me oportuno "renegociar" as condições da cedência do Património Termal. Mudámos de governo, temos novos actores, novas sensibilidades, poderia-se tentar novos papéis, não sei! 
Não estou contra esta cedência e há muito que este Património deveria estar nas mãos dos caldenses. Talvez não tivesse chegado ao estado em que chegou, mas agora que finalmente foi entregue não me parece sensato que a administração central, que ao longos dos anos ignorou, relativizou e deixou chegar ao actual estado de degradação tão importante património, agora ceda assim, livrando-se de um problema, passando a "batata quente" para a Câmara Municipal que com as suas limitações inerentes tem de resolver todos os problemas. 
Acho que deveriam ser pedidas mais responsabilidades neste processo à administração central e esta recente visita tivesse acontecido há mais tempo, antes de ser posto nas mãos da Câmara Municipal, este Património, que se não actuarem rápido pode passar a ser um Património Terminal!


domingo, 24 de janeiro de 2016

Não votas? Não opinas!

Hoje os portugueses são chamados novamente às urnas, para escolherem o(a) próximo(a) Presidente da República, para os próximos 5 anos. Termina assim a Presidência de Cavaco Silva, que na minha opinião, foi o pior Presidente da República de todos os tempos, opinião que não é assim tão descabida, a julgar pelo que se ouve por aí e pelos baixos índices de popularidade que obteve. Mas Cavaco ganhou o seu lugar na história, uma história pobre como pobre foi o seu mandato, fosse nas ideias, fosse na postura.
Hoje escolhemos o(a) novo(a) Presidente da República e eu já exerci o meu direito e dever de cidadão, escolhendo em consciência e pelas minhas convições. Custa-me pensar que mais uma vez a abstenção será a grande vencedora, graças à alienação dos cidadãos da vida política, não por culpa deles, mas por culpa da descredibilização que os políticos assim têm elevado a política. Talvez não seja descabido esta postura dos políticos pois assim garantem sempre a alternância dos mesmos entre os mesmos. Felizmente nas últimas legislativas houve uma reviravolta no status tradicional e legitimamente e porque se elegem deputados e não primeiros ministros, fica na história um novo ciclo político que espero próspero!
Mas mais uma vez apelo para a importância de votar e eleger quem nos governa e quem nos representa, um direito que nos foi concedido pela história de quem muito lutou para que fosse possível e hoje simplesmente banilizamos algo tão importante. Tenho a certeza que hoje se fosse proibido votar, o povo estaria na rua a exigir para o fazer.
Curioso é que há pouco quando fui votar, encontrei no caminho, cidadãos em cadeiras de rodas, uma cidadã a fazer oxigénio permanente com o seu aparelho portátil, cidadãos de mais idade com toda a sua fragilidade física, de braço dado com os filhos ou netos e tantos mais... Isto para dizer que há cidadãos que apesar das suas limitações, não abdicam de exercer o seu voto e muito bem. Certamente para eles sairem de casa para pôr uma cruz no boletim de voto é algo que custa bastante, mas também a sua determinação e consciência diz que o acto em si é um dever para com todos e nesse sentido mesmo com limitações, votar é sem dúvida uma obrigação!
Com estes exemplos, o que dizer dos jovens ou de qualquer outro cidadão, que sem nenhuma limitação, preferem ficar em casa ou ir a um lado qualquer, mas votar é que não? É triste, é lamentável, mas foi a sociedade que construímos e o paradigma a que nos habituámos. Hoje temos uma sociedade que grita, exige e não se conforma com o estado em que vivemos e faz das redes sociais e de uma qualquer esplanada a sua voz de protesto, mas na única forma de legitimar as suas reinvidações, prefere não ir votar!
Eu fiz a minha parte, como sempre faço e farei, assim a saúde me permita! Amanhã será um novo dia, com um novo Presidente da República ou com uma segunda volta das eleições, mas qualquer que seja o resultado, fico de consciência tranquila porque contribui com o meu voto e fico com legitimidade para continuar a opinar contra ou a favor quem ganhou, coisa que quem não vota, não tem legitimidade para fazer!




sábado, 9 de janeiro de 2016

Candidatos à cidadania!

Como todos sabem e também por ser uma das razões de existir este blog, a CIDADANIA é algo a que dou muito valor e que defendo como premissa para construirmos uma sociedade melhor e mais justa para todos. Ser cidadão é muito mais que obedecer a um conjunto de deveres, reinvidicando direitos, é muito mais que fazer, é muito mais que ser.
Estamos prestes a eleger o representante do mais alto cargo da nação e não podemos esquecer do grande acto de cidadania que é votar nas próximas eleições. Mas por estarmos em período de campanha eleitoral, a palavra cidadania é tantas vezes utilizadas apenas por "moda" e não no seu verdadeiro sentido. Nestas eleições efectivamente elegemos um cidadão que irá ser o presidente da República, contudo acho curioso o ressalvar do ser cidadão candidato nestas eleições e não candidato militante de um qualquer partido.
Temos para todos os gostos: candidatos independentes, candidatos apoiados por partidos, candidatos apoiados por partidos (mas que não dá jeito falar nisso), candidatos que gostavam de ser apoiados por partidos e candidatos que nem sabem para que se candidatam. Nesta mescla tão heterogénea, a cidadania emerge sempre como forma de caracterizar os percursos dos candidatos, desde cidadãos exemplares à cidadania como forma de estar e ser. E depois claro, uma forma de caracterizar o caminho a seguir após as eleições.
Não acredito sinceramente pois, nestas circuntâncias a cidadania é sempre usada em vão, em nome e defesa de algo que se quer conquistar, porque fica bem referir, porque dá jeito publicitar. 
Depois ficamos por aí e aquele cidadão que se candidata ao mais alto cargo da nação, esquece-se rapidamente de princípio básicos da cidadania tais como:
  • a dignidade
  • a legalidade
  • a presunção da inocência
  • a autoestima
  • o autoquestionamento
  • a prestação de serviço
  • o conhecimento e da segurança
Pena que seja tão fácil falar, mas tão difícil (ou inconveniente) praticar...