Defendo uma sociedade construída com base na cidadania participativa,
onde os cidadãos têm um papel preponderante no desenvolvimento das suas terras
dos seus lugares. Só com a intervenção dos cidadãos, acredito numa sociedade mais
justa e participativa, mais adequada e forte. Por acreditar e defender este
“poder cidadão”, tenho trabalhado nesse sentido, mantendo um papel activo e
interventivo nas Caldas da Rainha, em prol de um concelho mais e melhor, onde a
qualidade de vida seja um dado adquirido e onde os cidadãos possam participar
nas decisões políticas locais. Graças a este papel de cidadão vou intervindo no
âmbito da promoção da saúde, área e premissa a quem devo muito ou não fosse a
minha profissão uma das que mais responsabilidade tem nesta área. Mas não posso
ficar indiferente ao que se passa no concelho, o que implica assinalar o que
considero mal, o que pode ser melhorado. Para muitos não passa de falar mal, de
maldizer, principalmente para os culpados dos problemas que vão surgindo, porém
considero um conceito relativo, este do maldizer, uma vez que é sempre ambíguo.
Contudo, para mim, sinalizar os problemas do concelho é desempenhar o meu papel
de cidadão. Quem se compadece e pactua com os erros sucessivos ou com uma má
gestão, não é decerto um cidadão, será quanto muito um provedor do seu umbigo e
dos seus interesses. Um cidadão tem responsabilidades muito para além da sua
existência. Por isso orgulho-me na postura que mantenho perante os problemas,
sabendo que esta postura pode melhor a qualidade de vida dos caldenses.
Exemplo disto tudo foi a minha última intervenção na Assembleia
Municipal de 11/02 onde alertei os membros da assembleia e o Sr. Presidente
Tinta Ferreira para o estado em que estavam as ruas da cidade, todas
degradadas, cheias de buracos, com as passadeiras apagadas e pouco visíveis e
faltando nalgumas artérias da cidade, os espelhos, responsáveis pela
visibilidade dos condutores. Tal intervenção foi comentada por parte do Sr.
Presidente com argumentos bacocos tais como as empresas de construção têm tido
dificuldades, as obras de regeneração estão em curso, os serviços
municipalizados andam ocupados noutras zonas do concelho e a cereja no topo do
bolo: tem chovido e com chuva não se podem tapar buracos nem pintar
passadeiras. Argumentos à parte, eu não fui pedir para asfaltar todas as ruas
da cidade, mas simplesmente tapar os buracos, remediando os problemas para
minimizar possíveis danos que podem ocorrer nas viaturas ou até o aumento da
sinistralidade. Certo é que depois dos argumentos a justificar a falta de
dinâmica, dois dias depois começaram a ser tapados os buracos nas ruas (apesar
de continuar a chover) e colocados espelhos que estavam danificados. A
humildade fica sempre bem e assumir que realmente existia essa necessidade de
manutenção das vias não fazia mal a ninguém, ao invés de se arranjar argumentos
sem nexo para desculpar o que não é desculpável. Não me esqueço que falta
pintar as passadeiras…
Qual a conclusão a que chegamos? Que os cidadãos têm um papel activo
no futuro do concelho e é da sua intervenção que surgem melhorias
significativas na qualidade de vida de todos os caldenses. Porque não basta
estar sentado no café a “gerir” as decisões políticas, basta sim intervir nos
locais correctos para termos respostas concretas. Se para alguns só sei falar
mal, para mim apenas estou a fazer o meu papel, o papel de cidadão!
In Jornal das Caldas 05/03/2014
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