quinta-feira, 17 de abril de 2014

Uma Rainha que se lembrou de chamar Hospital?

A pergunta serve de mote a esta minha revolta (mais uma) e como ponto de partida para esta reflexão... Segundo a auditoria da Inspeção Geral das Actividades em Saúde (IGAS), o Hospital Termal não é um verdadeiro hospital e foi devido a esta classificação "falsa" que o levou a manter-se integrado nos estabelecimentos hospitalares e como tal no Sistema Nacional de Saúde. Para o IGAS o Hospital Termal não passa de mais uma estância termal como tantas outras no país e como tal, deve ser esse o seu destino. Esta conclusão não põem apenas em causa toda a importância e cientificidade dos tratamentos termais hospitalares como põe em causa toda a história desta cidade e da sua existência! Porque afinal esta auditoria vem concluir que afinal o Hospital Termal nem sequer deve ser considerado como tal, como muito menos será o mais antigo do Mundo em funcionamento, tendo em conta que nunca o foi. Só faltaria chamar à Rainha Dona Leonor, uma "excêntrica" ao considerar uma simples estância termal, um Hospital!
Mas se esta classificação de Hospital está a ser posta em causa, para mim também estão a ser postos em causa todos os tratamentos termais desenvolvidos nos Hospital Termal e os seus resultados cientificamente comprovados como também a existência de outros Hospitais Termais no mundo e que afinal não passam de simples estâncias termais... Ou seja, eu concluo, partindo das conclusões do IGAS que Hospitais Termais é uma falsa denominação de estância termal, meramente mais uma!
Mas recuso-me a aceitar estas conclusões, por um Hospital implicar internamento, por implicar corpo técnico e científico próprio, por implicar melhorias comprovadas no estado de saúde dos seus utentes e no  nosso caso, ao nível da reumatologia e pneumologia e os dados científicos comprovam a par dos seus séculos de história a cuidar e tratar dos seus utentes que encontraram nestas águas o tratamento para as suas maleitas.
O problema que se coloca aqui é que NUNCA em tempo algum, o Hospital Termal, deveria ter-se constituído em Centro Hospitalar, conjuntamente com o distrital! Embora a auditoria venha concluir que a falta de investimento deveu-se apenas à falta de financiamento central optando-se por canalizar os recursos para onde havia mais prioridade e mais importância, o Hospital Distrital, isso ditou a sua morte! E agora nem um funeral digno se procura prestar!
Efectivamente o Hospital Termal não é um Hospital de Agudos e os cuidados que presta são ao nível das doenças crónicas. Vejamos o esquema: 
 É claro que embora complementares eles nunca deviam partilhar a mesma entidade gestora sob pena de serem priorizados os fundos para onde eram mais necessários. A austeridade e a situação financeira do país aliada à "racionalização" imposta ao SNS contribuíram para este agravamento das despesas do Hospital de Agudos, deixando para segundo plano o Hospital Termal. Embora este, em funcionamento possa aliviar as agudizações e a procura do Hospital de Agudos. Basta vermos a matéria prima utilizada nos dois Hospitais. No Hospital Termal, temos a água termal, inesgotável, recurso natural que os gastos associados estão ao nível da sua captação, no Hospital de Agudos temos os fármacos que muito mais caros e com muitos efeitos secundários são utilizados também um pouco ao sabor dos "lobbys farmacêuticos". É claro que não podemos excluir a farmacologia no tratamento das doenças, mas também não podemos ignorar a água termal no tratamento e prevenção das doenças do foro reumatológico e pneumológico! E muito menos esquecer os custos dos fármacos utilizados na reumatologia e na pneumologia que tanto encarecem o SNS.
Em jeito de conclusão, a auditoria vem concluir que depois de 500 anos de história e da fundação de uma Rainha, o Hospital termal não passa de uma estância termal e como tal as administrações do CHON/CHO/OQUEESTÁPARAVIR fizeram bem em usar os recursos no Hospital de Agudos, deixando o Hospital Termal para quem o queira. Como há por aí quem o queira e muito, fica a porta aberta para quem a quiser fechar e bem fechada!
Depois de tantas incertezas, as notícias e os dados, tal como astros que se alinham e que comandam os destinos dos homens, para quem acredita na astrologia, parecem querer conduzir os destinos do Hospital Termal para um fim!
Será que pela PRIMEIRA vez os CALDENSES vão querer fazer parte do destino da identidade e da razão de ser desta terra ou vão assistir, lavados em lágrimas de crocodilo ao enterro do Hospital Termal? Os pareceres vão chegando, todos alinhados, os acontecimentos surgem e o Hospital Termal ali está, onde sempre esteve! Agora ousaram dizer que nem sequer hospital é... Será que pela PRIMEIRA vez os CALDENSES vão fazer alguma coisa?

Sem comentários:

Enviar um comentário