domingo, 13 de abril de 2014

Largadas de touros...

Depois de tanto ler e comentar, quis ir ver com os meus próprios olhos, o que estavam a fazer no Parque D. Carlos I para a realização da Feira do Cavalo, a tal que este ano vai ter direito a uma suposta Largada de Touros!
Sinceramente não gostei nada do que vi... a abertura de buracos com cerca de 70 cm de profundidade para colocação dos postes e aplicação de cimento para sua sustentação são algo surreal de acontecer no Parque, mas está lá para quem quiser ver!
Não sou fã da festa brava, condeno absolutamente a realização de Touradas. Quanto à realização de Largadas de Touros aceito melhor por estar a força do touro contra a força do homem e geralmente o touro sai vencedor para meu agrado. Até porque um braço ou uma perna partida só serve para que tenham juízo na altura de se meterem dentro da manga, mas tragédia à parte, não está em causa este meu "não gostar". Está em causa o local escolhido!
Noutros comentários em redes sociais já o tinha referido que a cidade tem locais mais adequados para a realização deste tipo de evento! Aceito a Feira do Cavalo no Parque tal como já aconteceu em outros anos, mas adicionar este ano uma largada de touros, com toda a logística associada está a provocar demasiados danos no Parque...
Cidades com tradição em Largadas de Touros como Vila Franca de Xira, Azambuja, Salvaterra de Magos, Benavente, Santarém, nunca vi realizarem Largadas de Touros em Jardins, mas nas Caldas temos de ser diferentes pelo pior.
Mas para além dos danos causados no Parque, como geralmente é notícia, por vezes os touros saltam as barreiras... acontece muitas vezes neste tipo de eventos... como será se tal acontecer? Quem passeia no Parque encara um touro pela frente? Muitas perguntas se podiam fazer, mas uma coisa tenho a certeza, não posso concordar com uma Largada de Touros na Parque quando a cidade tem sítios mais adequados para a sua realização.
Ampliando um pouco mais a discussão, é certo que as Caldas tem muitas identidades, seja a termal, seja a cerâmica, seja o comércio tradicional, seja a da horticultura e pelo que parece também teve a festa brava, mas convenhamos, a cidade tem de apostar nas identidades que 365 dias no ano possam gerar riqueza e não em eventos sazonais como a festa brava que em nada contribui para a riqueza do concelho. Neste caso são 3 dias de festa, mais três ou quatro eventos tauromáquicos ao longo do ano.... pergunto se é isso que gera riqueza ou a aposta tem de ser no termalismo, na cerâmica, no comércio tradicional, na fruta e legumes, e tantas outras identidades que devem ser recuperadas e que podem trazer tanto e durante 365 dias por ano? Há coisas boas, mas há coisas bem melhores! Além disso a Equitação tem muitas vertentes a explorar como a equitação de trabalho, a equitação clássica, a alta escola equestre, enfim, sem os touros pelo meio! Temos todo o ribatejo que vive da tauromaquia, não devemos enveredar pelo que os outros fazem, mas sim apostar naquilo que os outros não têm!
Ficam as imagens, aconselho uma visita!
 








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