In Jornal das Caldas, 29/01/2014
O Orçamento Participativo (OP)
2014 em Caldas da Rainha entrou na fase de apreciação das propostas
concorrentes. Este mecanismo de participação da sociedade civil na gestão
orçamental da Câmara Municipal, dentro de uma verba definida, no caso das
Caldas da Rainha no valor de 150000 euros, está na sua segunda edição. Muitas
Câmaras Municipais ao longo do país têm apostado nesta opção de participação
dos cidadãos, mas em Portugal ainda estamos muito aquém da verdadeira
importância deste mecanismo. Os países da América Latina fazem dos OP uma
prática corrente na forma de governação. Em Portugal só a partir dos anos 80
ocorreram as primeiras experiências e nas Caldas da Rainha, só em 2012 acontece
o primeiro OP, com alguns constrangimentos. Ainda hoje algumas propostas não
avançaram, outras dão o ar da sua graça por estes dias!
Nesta edição a Câmara Municipal
de Caldas da Rainha definiu que a propostas seriam apenas de investimento,
recorrendo também à plataforma online como meio de submeter propostas, ainda
que esta opção online fosse limitativa apenas com espaço para o título e
descrição da proposta, sem a possibilidade de carregar a proposta em formato
digital. Contudo há pelo menos dois aspectos que considero menos positivos.
Mais uma vez critico a falta de divulgação e informação por parte da Câmara
Municipal e neste caso do OP. Apesar de divulgado no site da Câmara Municipal,
teve poucas honras na comunicação social local. Temos dois semanários que
cobrem a actualidade do concelho. A divulgação semanal, não apenas da forma
institucional, mas de uma forma apelativa explicando em que consiste e como se
processa seriam meios de atingir mais cidadãos que por essa ausência
desconhecem em que consiste um OP e a sua existência. Temos também na nossa
cidade painéis digitais de informação, um junto à Câmara Municipal e outro
junto a uma das entradas da cidade, onde considero importante fazer este tipo
de divulgação.
A pouca divulgação que considero
ter existido, revela a pouca importância que o executivo camarário dá a este
mecanismo de participação dos cidadãos. Mas este desinteresse também foi
visível na ausência do executivo camarário, apenas representado pelo vereador
Hugo Oliveira, responsável pelo OP. Apesar de convidados não puderam estar
presentes na Assembleia Participativa, no passado dia 22, onde se deram a
conhecer as propostas dos cidadãos para o concelho. Certamente as agendas de
cada um continham assuntos mais importantes do que ouvir as propostas dos
cidadãos para a sua cidade e para o seu concelho, mas de prioridades de cada um
não tenho que falar, mas sim criticar a postura de quem tem o poder de gerir
uma autarquia e ignora aquilo que os cidadãos propõem!
Felizmente as propostas, mais de
20, são interessantes e embora algumas tenham de ser ajustadas às normas do OP
vêm contribuir em muito para uma melhor cidade e concelho. Mas acredito ainda
que poderiam ser muitas mais se a divulgação tivesse atingido outras dimensões
e o executivo local desse a devida importância às propostas de construção de um
concelho participativo e à medida de todos os cidadãos!
Todos, já ouviram a expressão, para "inglês ver".
ResponderEliminarEste OP ( orçamento participativo), deveriam suscitar o maior interesse do executivo camarário,
Só vem denotar, a pouca importância, que dão aos interesses da sua população, e à sua vontade de participação.
Pelos vistos ,só um membro executivo , mostra interesse ( e não é inocente, ser o que maior cariz têm , junto da população)
Também , quem vai acreditar, num executivo, que se diz novo, mas que só mudou uma "peça" .
Claro, que não me esqueço que um projeto de dois cidadãos, que não , tinha qualquer custo monetário, para a autarquia, foi deitado no caixote lixo, pelo anterior responsável da educação, e que ainda teve como prémio, ascender a um cargo superior...
Assim, se responde, à população, a maior parte, já não quer saber de politica, tal como eu própria.
Mas enquanto pessoa, este tipo de politicas, não pode deixar de me incomodar.
Se faço alguma coisa!? Nada. ( ou pouco).
Até porque acho que não vale a pena, estas raízes estão demasiado enraizadas.
Lamento , que assim seja, e por um lado, temos que dar a volta e acreditar (até quando!?).
No fundo e depois de todo este muro de lamentações e constatações, que no fim seja aprovado um projeto, que sirva a população.
Sem dúvida Mina, quantas vezes já falámos disto tudo e da forma como uma boa ideia sem qualquer encargo para o município, é posto na gaveta... Mas Mina, esse projecto não "serve qualquer interesse", "interesses daqueles"! Felizmente outras câmaras do país têm abraçado o teu projecto e tens dado a conhecer as PEAutismo. Pena que "santos da casa não façam milagres"...
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