In Jornal das Caldas de 10/02/2016
Ultimamente nos meios de comunicação social, em sido
frequente falar no vírus Zika e na sua propagação nos países da América Latina,
em especial no Brasil. Embora Portugal não seja um país em que o vírus esteja a
propagar-se, infelizmente já existem pelo menos 6 casos detectados em cidadãos
oriundos do Brasil e que viajaram para o nosso país. Porque acredito que a
melhor forma de evitar alarmismos é esclarecer e manter os cidadãos informados,
decidi escrever este artigo para dar a conhecer o vírus Zika.
O vírus Zika provoca uma doença viral aguda,
transmitida principalmente por mosquitos. Os principais sintomas são erupções
pruriginosas na pele, febre intermitente, conjuntivite sem prurido, dores
musculares e nas articulações e cefaleias. São menos frequentes mas pode surgir
dor de garganta, tosse e vómitos. Há suspeitas ainda não inteiramente comprovadas
que a doença possa provocar alterações no feto durante a gravidez, em
particular microcefalia. Aconselha-se por isso que as mulheres grávidas que
tenham permanecido em áreas afectadas, após o regresso, consultem o seu médico
assistente, mencionando a viagem.
Geralmente a evolução da doença é benigna e os
sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias, embora as dores
articulares possam permanecer durante um mês.
Não existe tratamento específico para o vírus Zika. O
tratamento é sintomático sendo o paracetamol o principal medicamento utilizado para
o controle da febre e da dor. No caso de erupções pruriginosas, os
anti-histamínicos podem ser considerados.
Os principais cuidados a ter importam para quem vai
viajar para zonas que estão afectadas pelo vírus Zika. Deve procurar
aconselhamento na consulta do viajante, em especial mulheres grávidas. No país
de destino deve seguir as recomendações das autoridades locais, evitando a
picada de mosquitos. Para tal deve usar repelentes de insectos bem como vestuário
adequado para diminuir a exposição corporal à picada, optar preferencialmente
por alojamento com ar condicionado e com redes mosquiteiras. Deve respeitar os
períodos do dia em que os mosquitos picam mais frequentemente.
Os viajantes provenientes de uma área afectada que
apresentem, até 12 dias após a data de regresso, os sintomas acima referidos,
devem contactar a Saúde 24 (808 24 24 24), referindo a viagem que realizaram recente.
Todos os casos detectados actualmente no nosso país, evoluíram favoravelmente.
Estar informado e conhecer a doença evita alarmismos
que em nada ajudam no normal funcionamento das nossas unidades de saúde. O vírus
Zika e os mosquitos infectados felizmente continuam limitados noutras latitudes
o que para já não implica a adopção de outras medidas de controlo, tendo apenas
em especial atenção quem vai viajar ou regresse de países onde a doença
prevalece. A Direcção Geral de Saúde está atenta à evolução desta doença. Para
já basta manter-nos informados!
Enf. Miguel Miguel
Para sugestão de temas / esclarecimentos:
miggim@sapo.pt
obrigada Miguel pela ajuda sempre actual prestada jinhos
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