As queimaduras são lesões na pele, maioritariamente provocadas pelo calor, contudo podem ser causadas também pelo frio, pela electricidade, por contacto com certos produtos químicos, por radiações, ou até por fricção.
Tendo em conta a sua gravidade e as camadas da pele envolvidas, podemos classificar as queimaduras em 3 graus. Uma queimadura de 1º grau é superficial e atinge apenas a epiderme. Caracteriza-se por vermelhidão dolorosa que regride em poucos dias. A queimadura de 2º grau é mais profunda, caracterizando-se pelo surgimento de “bolhas” e é muito dolorosa. A mais grave é a queimadura de 3º grau, e é tão profunda que pode atingir os músculos e ossos. Os tecidos ficam negros e sem vida. Nos bordos de uma queimadura de 3º grau haverá queimaduras de 1º e 2º grau.
O que fazer que se sofrer uma queimadura? Se a roupa estiver a arder, devemos envolver a vítima numa toalha molhada ou, na sua falta, fazê-la rolar pelo chão ou envolvê-la num cobertor (cuidado com os tecidos sintéticos). Se a queimadura foi com água ou outro líquido a ferver, devemos tirar a roupa imediatamente. Devemos arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar. Se a queimadura for de 2º grau (com “bolhas”), não rebentar as “bolhas” pelo risco aumentado de infecção, mas se estas rebentarem naturalmente, não cortar a pele da “bolha” esvaziada e tratar como qualquer outra ferida. O penso deve manter-se 48 horas e só depois expor a zona queimada ao ar para evitar o risco de infecção/tétano.
Quando a queimadura for muito extensa, devemos ligar imediatamente o 112 para obtermos ajuda especializada e envolver a vítima num lençol lavado e que não largue pêlos, previamente humedecido com soro fisiológico ou, na falta, com água simples.
Não se deve usar gelo, pois por si só o gelo directamente na pele pode provocar queimaduras. Não aplicar pasta de dentes, clara de ovo ou manteiga pois estes procedimentos podem causar infecções.
Embora uma queimadura possa surgir a qualquer momento na nossa vida, por descuido ou acidente, devemos ter em atenção as crianças e a sua protecção nestas situações. A curiosidade natural da criança a faz explorar o meio ambiente e a nossa casa, em especial a cozinha, deve ser planeada e utilizada de forma a não permitir às crianças o acesso ao perigo. Fósforos, líquidos inflamáveis e cabos de panelas e frigideiras no fogão são itens especialmente propensos aos acidentes com calor.
Muitas vezes as queimaduras afectam zonas extensas do corpo expostas o que pode implicar grandes mudanças a nível corporal e na percepção do próprio perante o seu corpo. Hoje em dia a cirurgia plástica consegue minimizar muitos problemas relacionados com as cicatrizes deixadas pelas queimaduras contudo o apoio psicológico pode ser relevante nestas situações.
Lembre-se que apostar na prevenção é ganhar qualidade de vida!
Enf. Miguel Miguel
Para sugestão de temas / esclarecimentos: miggim@sapo.PT
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