domingo, 24 de janeiro de 2016

Não votas? Não opinas!

Hoje os portugueses são chamados novamente às urnas, para escolherem o(a) próximo(a) Presidente da República, para os próximos 5 anos. Termina assim a Presidência de Cavaco Silva, que na minha opinião, foi o pior Presidente da República de todos os tempos, opinião que não é assim tão descabida, a julgar pelo que se ouve por aí e pelos baixos índices de popularidade que obteve. Mas Cavaco ganhou o seu lugar na história, uma história pobre como pobre foi o seu mandato, fosse nas ideias, fosse na postura.
Hoje escolhemos o(a) novo(a) Presidente da República e eu já exerci o meu direito e dever de cidadão, escolhendo em consciência e pelas minhas convições. Custa-me pensar que mais uma vez a abstenção será a grande vencedora, graças à alienação dos cidadãos da vida política, não por culpa deles, mas por culpa da descredibilização que os políticos assim têm elevado a política. Talvez não seja descabido esta postura dos políticos pois assim garantem sempre a alternância dos mesmos entre os mesmos. Felizmente nas últimas legislativas houve uma reviravolta no status tradicional e legitimamente e porque se elegem deputados e não primeiros ministros, fica na história um novo ciclo político que espero próspero!
Mas mais uma vez apelo para a importância de votar e eleger quem nos governa e quem nos representa, um direito que nos foi concedido pela história de quem muito lutou para que fosse possível e hoje simplesmente banilizamos algo tão importante. Tenho a certeza que hoje se fosse proibido votar, o povo estaria na rua a exigir para o fazer.
Curioso é que há pouco quando fui votar, encontrei no caminho, cidadãos em cadeiras de rodas, uma cidadã a fazer oxigénio permanente com o seu aparelho portátil, cidadãos de mais idade com toda a sua fragilidade física, de braço dado com os filhos ou netos e tantos mais... Isto para dizer que há cidadãos que apesar das suas limitações, não abdicam de exercer o seu voto e muito bem. Certamente para eles sairem de casa para pôr uma cruz no boletim de voto é algo que custa bastante, mas também a sua determinação e consciência diz que o acto em si é um dever para com todos e nesse sentido mesmo com limitações, votar é sem dúvida uma obrigação!
Com estes exemplos, o que dizer dos jovens ou de qualquer outro cidadão, que sem nenhuma limitação, preferem ficar em casa ou ir a um lado qualquer, mas votar é que não? É triste, é lamentável, mas foi a sociedade que construímos e o paradigma a que nos habituámos. Hoje temos uma sociedade que grita, exige e não se conforma com o estado em que vivemos e faz das redes sociais e de uma qualquer esplanada a sua voz de protesto, mas na única forma de legitimar as suas reinvidações, prefere não ir votar!
Eu fiz a minha parte, como sempre faço e farei, assim a saúde me permita! Amanhã será um novo dia, com um novo Presidente da República ou com uma segunda volta das eleições, mas qualquer que seja o resultado, fico de consciência tranquila porque contribui com o meu voto e fico com legitimidade para continuar a opinar contra ou a favor quem ganhou, coisa que quem não vota, não tem legitimidade para fazer!




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